Dia final

Enem 2023: calor desconcentra candidatos e até provoca pressão baixa

A temperatura em Belo Horizonte neste domingo (12/11) chegou a 36,1ºC, a mais alta de todo o mês de novembro

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 12 de novembro de 2023 | 17:45
 
 
normal

A onda de calor sobre Belo Horizonte desde a última sexta-feira (10/11) deixou os candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desconfortáveis. Os estudantes que fizeram a prova de matemática e de ciências da natureza neste domingo (12/11) na PUC Coração Eucarístico, na Região Noroeste, relataram que a temperatura, que chegou a 36,1º C entre 14h e 15h, a mais alta de novembro, provocou desconcentração e até pressão baixa.

O episódio aconteceu com a estudante Lavínia Souza, de 18 anos, que, logo depois das 15h30, já havia deixado o local. “Acho que duas horas é um recorde até para mim”, brincou ela, que está no 3º ano do ensino médio. “A minha pressão baixou. Os ventiladores estavam ligados, mas estava saindo ar quente, porque está muito quente aqui. Acho que o calor atrapalhou um pouquinho todo mundo que estava aqui”, admitiu Lavínia.

A estudante Letícia Hatem, 16, que, no 1º ano do ensino médio, fez o Enem como treineira, contou que, embora a sua sala estivesse bem arejada, o calor atrapalhou “100%”. “Já fica com muito trânsito lá fora, então todo mundo tem que subir a rua inteira a pé. Aí, você chega na sala e até você conseguir se estabilizar para fazer a prova, ficar à vontade, você perde meia hora”, apontou Letícia.

A sensação foi a mesma do biólogo Gustavo Oliveira, 27, que disse ter sido incômodo fazer a prova sob essas condições. “As salas não tinham ar condicionado. Tinham ventilador, mas, como o ar está muito quente, sopra ar quente. E os bebedouros não tinham água gelada, bem condicionada. Então, foi bem incômodo”, relatou Gustavo, que ainda contou que nenhuma das pessoas da sua sala passou mal. 

A estudante Kimberly Nolasco, 25, que já cursa engenharia química, disse que o calor a levou a ficar dispersa. “Nossa senhora, está muito quente, Deus que me livre. Você nem consegue prestar atenção”, desabafou Kimberly. De acordo com a estudante, a sala estava mal arejada. “Só tinha dois ventiladores, mas lá no teto. Ficou muito quente. Eu bebi bastante água”, acrescentou.

Já o estudante Gabriel Ursini, 16, que fez a prova pela segunda vez como treineiro, relatou que o calor contribuiu para o cansaço. “(O calor) Atrapalha um ‘tiquinho’, né?! Mas deu para fazer (a prova) tranquilamente. Não chegou a desconcentrar, mas deu cansaço”, contou Gabriel, que usava uma regata, bermuda e chinelos. 

Como já mostrou O TEMPO, parte dos candidatos optou por roupas mais leves para tentar amenizar o calor, como, por exemplo, bermudas, shorts e chinelos. Alguns até apostaram em congelar a garrafa d’água para levar para o local de prova. A princípio, a expectativa era de que os termômetros superassem os 35ºC neste domingo, e, no final das contas, eles bateram em 36,1ºC. 

A reportagem questionou a PUC Minas a respeito das reclamações dos candidatos. Até a publicação desta reportagem, a universidade ainda não havia se posicionado. Tão logo se manifeste, o posicionamento será incluído na matéria.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!