Em cartaz com o espetáculo “Cenas da Menopausa”, Claudia Raia, de 58 anos, diz estar vivendo o melhor momento de sua vida, deseja viver até os 100 anos e diz que nunca vai querer “se aposentar do desejo”. A montagem estreia em Belo Horizonte nesta sexta-feira (31/10) e segue em cartaz até domingo (2/11), no Sesc Palladium. O espetáculo integra a programação do Festival Teatro em Movimento e tem direção de Jarbas Homem de Mello, marido da atriz, que também atua.

“Eu costumo dizer que estou vivendo o melhor momento da minha vida. Antes, diziam que a mulher depois dos 50 ‘acabava’, e eu sinto exatamente o contrário. Aos 58, me sinto cheia de vitalidade, tesão de viver, com muitos projetos e sonhos. Tenho um filho pequeno, então quero viver até os 100 anos. Esse é o segundo ato da vida, e ele pode ser ainda mais vibrante. Não quero ser a mulher que ‘se aposenta’ do desejo, do humor, da arte. Quero continuar dançando, atuando, produzindo, dando voz às mulheres e a temas das nossas vidas”, afirma. 

Ela analisa ainda que “as mulheres precisam dessa narrativa feminina, de mais mulheres atuando, dirigindo e escrevendo.” “Claro que o mercado ainda precisa enxergar mais essa mulher madura, que é potente, livre e múltipla, mas estamos quebrando esse paradigma. A nova mulher de 50+ ainda não está nos livros. Ela trabalha, ama, cria, lidera. Com coragem, exige representatividade e respeito. Nossa geração protagoniza o crescimento da economia prateada, que movimentou R$ 1,8 trilhão em 2024 no Brasil e deve saltar para R$ 3,8 trilhões até 2044, cerca de 35% de todo o consumo privado do país. Hoje, o chamado ‘novo 50+’ é mais conectado, ativo e empreendedor do que nunca. Ouvi muitas dessas histórias ali da plateia. Não esperava tamanha troca. Foi incrível”, festeja.

A atriz pondera também que mais do que uma comédia, o espetáculo é um serviço público. “Falamos de um tabu com leveza e emoção. Isso desarma o público, abre o coração. Quando a gente ri, a gente se conecta. O segredo está no respeito. A gente não ri da mulher, a gente ri com ela. E, no meio do riso, vem a reflexão. Eu quis fazer uma comédia que fizesse pensar, que mostrasse que dá pra falar de menopausa, libido, solidão e envelhecimento e ainda sair leve, com vontade de celebrar a vida. Porque rir é político. É uma forma de dizer: ‘Estamos aqui, vivas e cheias de história pra contar’”, indica.

Claudia acha bonito ver o impacto da peça em quem assiste à montagem. “As mulheres se emocionam e os homens entendem melhor o que as parceiras estão vivendo. No final, Cenas da Menopausa é sobre acolhimento, sobre se reconhecer e rir da própria trajetória. Porque, no fundo, o que a menopausa traz é isso: a chance de se reinventar. E, como eu sempre digo, ‘não existe idade pra começar de novo, para se apaixonar, para viver intensamente’. A menopausa é, sem dúvida, uma fase desafiadora, mas há tratamentos muito eficazes. Essa fase é apenas o começo de um novo ato na vida da mulher. Ela ainda tem muito pela frente”, arremata.

SERVIÇO

O quê. Espetáculo “Cenas da Menopausa”, com Claudia Raia e Jarbas Homem de Mello

Quando. Sexta (31/10), às 21h, e sábado e domingo (1 e 2/11), às 19h 

Onde. Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro)

Quanto. Entre R$ 20 e R$ 200, no Sympla e na bilheteria