Destaque

Pandêmica Coletivo Temporário de Criação é destaque na abertura do CineBH

Formado durante a quarentena, o grupo vai mostrar 12 Pessoas com Raiva após o debate que também vai contar com o diretor da empreitada, Juracy de Oliveira

Por Patrícia Cassese
Publicado em 29 de outubro de 2020 | 16:18
 
 
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Um dos destaques da programação da 14ª CineBH – Mostra de Cinema de Belo Horizonte e do 11º Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, que se iniciam nesta quinta-feira, em ambiente virtual, é a participação do Pandêmica Coletivo Temporário de Criação, que, vale dizer, só pelo nome já demanda atenção. Trata-se de uma agremiação de artistas de várias regiões do Brasil formada em março com objetivo de promover exibições teatrais online durante a pandemia. No evento promovido pela Universo Produção, serão apresentados, ao vivo, “12 Pessoas com Raiva”, de Juracy de Oliveira, na abertura do evento (ou seja, nesta quinta); e “Museu dos Meninos - Arqueologias do Futuro”, de Maurício Lima, que será mostrado no sábado (31).

Um dos integrantes do Pandêmica, o ator e diretor Juracy descreve o coletivo como "um barco no meio de todo esse mar de incertezas desse momento que nasceu durante a quarentena". "Ele nasce como um lugar seguro para grupos, artistas e ideias de pessoas do país inteiro. E entra em cena a partir da experiência de '12 Pessoas Com Raiva', que é exatamente a experiência com a qual a gente vai abrir o festival, nesta quinta. A partir dela, além de criarmos experiências originais, recebemos e hospedamos diversos grupos e iniciativas de artistas do país inteiro".

Juracy ressalta que "12 Pessoas Com Raiva" reúne atrizes e atores de diversas partes do país, "como do Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo". "E a gente vai apresentar ao vivo, na abertura, nesta quinta, às 21h30. Mas antes, às 20h, vou participar do debate inaugural com uma mesa repleta de gente incrível, entre elas, a (atriz e dramaturga) Grace Passô. Essa mesa terá mediação do Pedro Butcher, também curador do festival". 

Já em relação ao outro espetáculo, "Museu dos Meninos - Arqueologias do Futuro", criação de Maurício Lima, Juracy o descreve como "uma experiência muito interessante". "Ele esteve em cartaz durante dois meses, gerou muito pensamento e muita reflexão interessante. A gente vai fazer no sábado, às 21h, mas o Maurício também participa de um debate na segunda-feira, dia 2, ao meio dia".

Em relação ao convite para integrar a grade do evento, Juracy é enfático: "A importância de a gente estar junto neste festival é gigantesca. Se o Pandêmica signifca um lugar seguro e um lugar de união entre artistas e grupos, o CineBH propõe essa mesma ideia, essa união entre o cinema e o teatro, artistas e curadores de cinema, artistas e curadores de teatro, todo mundo junto, pensando esse momento. E a gente acredita que só mesmo dando as mãos e se abraçando dessa forma a gente vai conseguir sair desse marasmo atual que esse país nos propõe todos os dias. Estamos muito ansiosos", conclui.

A abertura do evento, daqui a pouco, se dará com uma performance audiovisual com direção, roteiro, montagem, edição e finalização de Chico de Paula e criação conjunta com Raquel Hallak, coordenadora geral da mostra. “Arte Viva: Redes em Expansão” foi construída em consonância com o eixo temática desta edição do festival. Participações especiais de Josy Anne (atriz, cantora, compositora e tamborzeira), Nath Rodrigues (cantora, compositora e instrumentista), Ricardo Aleixo (poeta) e Marcelo Dai (cantor e multi-instrumentista). A trilha sonora é do Barulhista.

Na sequência, haverá o debate inaugural da Mostra, às 20 horas. Intitulado justamente “Arte Viva: Redes em Expansão”, vai, além dos já citados  Juracy de Oliveira e de Grace Passô, Germano Melo, ator e diretor; e Luciana Romagnolli, crítica e pesquisadora. A conversa vai tratar de obras criadas durante a pandemia e as implicações deste momento histórico sobre a cultura do teatro e do audiovisual.

Às 21h30, pois, haverá a encenação de “12 Pessoas com Raiva”, dirigida por Juracy de Oliveira, e que adapta o clássico texto “12 Angry Men”, de Reginald Rose. A peça original já foi adaptada para cinema e televisão e ganha aqui uma versão genuinamente brasileira, que imagina um júri formado durante a pandemia e deliberando, pela plataforma Zoom, o destino de um suposto criminoso. As contradições, opressões e injustiças do país afloram durante esse verdadeiro thriller, que reconfigura as possibilidades de uma apresentação ao vivo valendo-se de tecnologias contemporâneas e linguagem audiovisual.

Ainda na primeira noite da CineBH, o público poderá assistir, em pré-estreia mundial, o filme “Coisas Úteis e Agradáveis”, dirigido por Germano Melo e Ricardo Alves Jr, em inspiração e adaptação livres a partir do conto “As Cartas de Amabed”, de Voltaire. Inicialmente pensada como teatro, a encenação é vertida para o cinema com todos os elementos que caracterizam especialmente a obra de Ricardo, tendo o corpo e a voz de Germano com catalisadores dos efeitos dramáticos.

14ª CineBH e 11º CineMundi

29 de outubro a 2 de novembro de 2020

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