Brasília. A alternativa de usar os recursos do patrimônio líquido do FGTS também é vista com ressalvas por conselheiros do Fundo. Eles alegam que 80% desse resultado é destinado ao FI-FGTS, fundo criado no bojo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para aplicar em projetos de infraestrutura (ferrovias, portos, energia, aeroportos e rodovias). A proposta, no entanto, conta com o apoio das maiores centrais sindicais: CUT e Força Sindical.
“Precisamos de uma ferramenta que evite demissões”, disse um diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligado à CUT, que participou do acordo com a Volkswagen e preferiu não se identificar.
Nesse acordo, o Sindicato conseguiu assegurar o pagamento do salário líquido dos funcionários, sendo que o FAT vai responder por até R$ 1.304,63 e a empresa pelo restante.
Modelo alemão. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse ser favorável à proposta e defende que o novo modelo possa ser utilizado por qualquer setor da economia. Para o dirigente sindical, o país deveria adotar o sistema da Alemanha, onde foi instituído um fundo para garantir estabilidade do emprego em momentos de crise. Os recursos arrecadados com a multa do FGTS podem ter essa destinação, na sua opinião. “Acho que é importante, desde que não seja só para beneficiar o setor automotivo, apesar do tamanho da cadeia produtiva e das dificuldades das indústrias de autopeças”, destacou Torres.