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Refri de adulto? Veja as novas opções para se refrescar durante o verão
Versões da bebida preparada artesanalmente com água com gás e sem conservantes é um dos soft drinks mais pedidos nos bares
Se fôssemos enumerar, não faltariam motivos convincentes para aderir aos refrigerantes em sua versão artesanal. Além de bonitos, visualmente, contêm pouco ou quase nada de açúcar e nenhum conservante, corante artificial ou aditivo químico.
A bebida, que anda se multiplicando nos menus ofertados nos estabelecimentos na cidade, é feita a partir de xaropes, frutas e são complementadas com muito gelo e, claro, a água com gás – a estrela da receita. Em alguns processos, usa-se até mesmo máquinas que injetam gás carbônico para gaseificar a bebida.
A opção, entretanto, é feita para adultos que optam pelos softs drinks – bebidas sem álcool –, mas não querem passar a noite segurando um copo de água. É assim na casa italiana BellaZio, que oferece quase dez sabores das tradicionais sodas italianas como substitutos dos refrigerantes convencionais. A base de todas elas são xaropes altamente concentrados, como o de amora, limão siciliano e coco. A pedida é incrementada com fatias de frutas.
“Aos poucos, queremos tentar tirar os industrializados da casa e deixar somente essas opções que acabam sendo mais saudáveis”, explica o chef e proprietário Stefano Panella. “O refrigerante artesanal parece muito um coquetel, é extremamente refrescante e todo mundo acaba adorando”, relata.
No Nimbos Bar, na Savassi, os “refrigerantes da casa” são batizadas de “limonada da casa” pelas mãos do barman Max Faustino – e, por lá, possuem uma carta especial totalmente dedicada a elas. Todas as sugestões são feitas a partir da mistura de suco de limões siciliano e taiti e, algumas, recebem uma pequena quantidade de xarope de açúcar para adoçar. Uma das opções mais aclamadas, batizada de Ginger Lemonade, é aperfeiçoada com raspas de gengibre e cascas de limão siciliano e, além da água com gás, ganha reforço do ginger ale – refrigerante de gengibre.
“É uma opção refrescante devido à presença bem marcante do ginger ale, as raspas e o toque do limão taiti. É refrescante, ótimo para dias quentes à beira da piscina”, sugere Max.
‘Diferentonas’. Mesmo sendo natural, a produtora da Jabu Drinkeria não descarta a receita como uma base curinga para turbinar com doses de álcool. Por outro lado, são preparadas algumas versões soft inusitadas, como uma a base de xarope de rosas e outra de pepino com suco de limão. “Está sendo o maior sucesso para o verão. O céu é o limite quando se tem muitas opções de xaropes de sabores inusitados”, disse ela, que planeja investir até mesmo em um refrigerante de pipoca.
Para o mixologista Thiago Mehl, essas opções sem álcool têm muito mais a oferecer do que o próprio refrigerante. “Já é um produto em que são usadas frutas, ou seja, é muito mais saudável e, nesse calor, é mais refrescante”, enumera. “Eu aposto que esse refrigerante vem para ficar, além de fortalecer o crescimento dos coquetéis sem álcool”, acredita.
Mil e um motivos. Apesar da refrescância como um forte quesito para tornar o refrigerante natural como a melhor opção – sem álcool – desse verão, Isadora Moema, uma das sócias do espaço DO AR, no bairro Santa Lúcia, incrementou os refrigerantes artesanais e engarrafados também como uma maneira de fomentar a economia local. Caso do Zinger – um ginger ale produzido em Belo Horizonte de forma artesanal.
“Tem a ver com o nosso propósito aqui, de exaltar a produção local e fortalecer a nossa economia. Não ter o refrigerante convencional estimula as pessoas a experimentarem o que estamos trazendo de diferente”, diz. A garrafinha de Zinger é uma opção leve para acompanhar os pratos da casa, como o hambúrguer de grão de bico e com cogumelo ostra defumado.
A prática de incorporar os refris naturais no dia a dia começa dentro da própria casa do cozinheiro André Barreto. “Eu sempre gostei de refrigerante e sempre escutei pessoas falando que eles fazem mau à saúde. Comecei tomando somente a água gasosa e, na maioria das vezes, dava uma saborizada nela. Foi o suficiente para começar a experimentar também bater sucos de frutas colocando um pouco de água gasosa”, diz ele, que ensina a sua versão caseira.
As receitas ainda podem ser incrementada com folhas de hortelã ou outras frutas cítricas, como laranja e acerola. Outra dica fundamental é a escolha certeira da água. “Eu sempre prefiro escolher águas gasosas naturais e não artificialmente gasosas. O gás é mais leve, fazendo com que a bebida fique mais delicada e agradável no paladar”, ensina ele.
Máquinas turbinam a bebida
Além do acréscimo da água com gás, existem outras maneiras caseiras de se preparar um refrigerante. A jornalista Daniela Murad, por exemplo, usa uma máquina de CO2 para o preparo de suas bebidas.
De fato, esses equipamentos permitem elevar a qualidade dos preparos. “Ela vem com um cilindro que rende até 60 litros de bebida. Você pode simplesmente tomar a água gaseificada ou misturá-la aos sucos naturais ou aos xaropes, que são a minha preferência”, explica ela, que gosta de preparar uma versão com xarope de guaraná.
Ela conta que o hábito foi adotado justamente como uma alternativa a opções industrializadas existentes no mercado. “Em casa, o consumo de refrigerante era muito alto, eu estava preocupada com a saúde, principalmente pela quantidade de açúcar, de sódio, aromatizadores e corantes artificiais”, conta ela que, desde então, só compra a bebida de supermercado quando e a família recebem visita.
