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Farra das Viagens

Gaeco cumpre prisão preventiva de seis vereadores de Campina Verde

Entre as acusações está a de abuso de dinheiro público para o pagamento de diárias de viagens feitas entre 2017 e 2018

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Gaeco Campina Verde
A Polícia Militar deu apoio, na manhã desta quarta-feira (18), ao Gaeco no cumprimento aos mandados de prisão preventiva
PUBLICADO EM 18/03/20 - 11h53

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao crime organizado cumpriu o mandado de prisão preventiva contra seis dos onze vereadores de Campina Verde, no Triângulo Mineiro, na manhã desta quarta-feira (18). 

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) não divulgou os nomes dos vereadores. Entretanto, uma fonte confidenciou à Coluna que cinco deles são os vereadores Marquinho do RH (PSC), Marquinho do Leite (PSB) Isaías Neto (PROS), Alexandre Macedo (PMDB) e Nélio Inácio (PSC). Também foram cumpridos dezesseis mandados de prisão em imóveis e na Câmara.

As prisões fazem parte da Operação “Trinta Moedas”, deflagradas pelo Gaeco de Uberaba em conjunto com a Polícia Militar, Departamento Penitenciário (Depen) e a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais (SEF)

Entre as acusações, está a de abuso de dinheiro público para o pagamento de diárias de viagens feitas entre 2017 e 2018. A denúncia do abuso é de iniciativa popular, do servidor público Bruno Arantes que, conforme disse à Coluna, após uma busca no site da transparência constatou que alguns vereadores chegaram a gastar cerca de R$ 10 mil em uma única viagem. Somando todos os valores finais de todos os vereadores da Casa Legislativa que usaram o benefício, custou quase R$ 320 mil reais aos cofres públicos municipais.

Conforme o coordenador do Gaeco de Uberaba, promotor José Cícero Barbosa da Silva Júnior, os vereadores também são acusados de corrupção nas últimas eleições para a Mesa Diretora, tráfico de Influência e prática de “rachadinhas”. Um outro vereador, que é produtor rural, teria ainda sido acusado de emitir notas fiscais frias.

Segundo o promotor, ao longo das investigações, o processo foi tomando forma de cível para criminal. Os parlamentares vão responder por organização criminosa e peculato (desvio de dinheiro público). "No esquema de notas fiscais frias, um dos vereadores, um produtor rural, negociava as notas fiscais falsas para diversas finalidades: para que as pessoas pudessem conseguir empréstimos, para fins de imposto de renda ou ajuste de estoque. Ele comercializava essas notas falsas", ressalta José Cícero sem citar o vereador. 

A Receita Fazendária que também atuou nas investigações, apurou que neste caso citado pelo promotor, a quantidade de cabeças de gado declarada pelo vereador era incompatível com a extensão territorial onde os animais estariam.

Houve ainda corrupção na eleição para presidência da Casa, em que um dos vereadores presos solicitou vantagem indevida a um dos candidatos à presidência, o vereador Tostinha (PSDB), atual presidente da Casa. "E essa vantagem se consumou. O vereador solicitou algo equivalente a R$ 600 mil para votar no candidato", disse. 

Na acusação de tráfico de Influência, um vereador tentou influenciar no exame de direção do Detran. E há ainda a suspeita de rachadinha, que é a prática de recolher parte do salário de servidor público.

Antes de ir para a prisão, que fica em Itapagipe, os vereadores pediram para realizar exame de corpo de delito no Posto de Atendimento Médico municipal (PAM).

A Coluna entrou em contato com o presidente da Câmara Municipal de Campina Verde, o vereador Tostinha (PSB), porém ainda não obteve resposta. A assessoria de comunicação da Câmara também não respondeu aos questionamentos enviados por e-mail.

Rádio Super

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