Ocupação
Praça da Liberdade ganha novos públicos
Com a mudança, prédios antes inacessíveis abriram as portas aos visitantes
05/03/20 - 04h00
O Palácio da Liberdade, o Rainha da Sucata e o antigo edifício da Secretaria de Viação e Obras Públicas, o Prédio Verde, têm uma coisa em comum: todos estão em volta da Praça da Liberdade. É inegável que ela é o coração do Circuito Liberdade, servindo como passagem, ponto de descanso e também local de lazer.
Embora sempre tenha sido ponto de encontro em Belo Horizonte e já recebesse atividades culturais, principalmente aos finais de semana, como a Feira Hippie, o perfil público se alterou nos dez anos desde a mudança da sede do governo: os servidores deram lugar às famílias, estudantes e turistas. “Antes, só havia acesso para quem trabalhava lá ou para quem tinha alguma relação com as secretarias que estavam ali”, recorda-se a ex-secretária de Cultura, Eliane Parreiras.
“A partir do momento que você amplia a possibilidade de uso desses espaços que antes eram mais voltados para a administração pública estadual, você ganha em termos de ocupação (de públicos diferentes), de fruição”, diz a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo. “Essa apropriação é muito importante, porque a Praça da Liberdade e os edifícios contam a história de Minas Gerais”, afirma.
Novos públicos tomaram conta da Praça da Liberdade (Foto: Leo Fontes)
A professora de Turismo Diomira Maria é diretora científico-cultural do Espaço do Conhecimento UFMG, que integra o Circuito Liberdade. Observadora atenta, ela identifica uma variação no perfil dos frequentadores da Praça da Liberdade conforme o horário: pela manhã e no início da noite há os “esportistas” que caminham no entorno da praça. Os grupos de estudantes que chegam em ônibus de turismo, as famílias e os turistas chegam no período da tarde. A noite é dos grupos de jovens.
“Famílias levam as crianças para visitar os espaços, grupos de amigos se encontram para conhecer o que há de novo nos museus, para ir ao cinema, aos teatros e bares do entorno, estudantes do ensino fundamental e médio são vistos diariamente circulando pelos passeios da Praça, visitando os museus junto com seus professores atarefados tentando que não se dispersem”, descreve a professora de Turismo e diretora científico-cultural do Espaço do Conhecimento UFMG, Diomira Maria.