Eleições 2018
Zema foi de azarão à ameaça ao PSDB e ao PT
Ao defender o Estado mínimo, a meritocracia e uma gestão mais eficiente, o candidato do Novo subiu nas pesquisas na reta final e pode vir disputar o 2º turno
07/10/18 - 03h00
Empresário e estreante na carreira política, Romeu Zema cumpriu bem o desafio de dar publicidade ao recém-criado Partido Novo em várias regiões de Minas Gerais e “colocar seu foguete em órbita”. Ele saiu do completo desconhecimento para pontuar 11,1% na pesquisa DataTempo/CP2 divulgada na sexta-feira (5) pelo jornal O TEMPO. Considerando a margem de erro, o índice pode variar entre 8,8% e 13,4%. O meritocrata, que defende a privatização em vários setores, e Estado mínimo, chegou ao dia do primeiro turno do pleito como uma real ameaça aos “políticos de sempre” – como ele se referiu a Antonio Anastasia (PSDB) e Fernando Pimentel (PT) durante os 45 dias de campanha. A estratégia do Novo funcionou: ele pode ir para o segundo turno, colocando em xeque a polarização entre PSDB e PT.
Apesar de não ter usado dinheiro do Fundo Partidário nem do Fundo Eleitoral, o cabeça de chapa do Novo não economizou. Ele se responsabilizava pelas despesas de seus hotéis e refeições e rodou mais de 170 cidades – na maioria dos dias, ele foi a mais de um município. Em uma dessas visitas, disparou: “Quem criou a crise não será capaz de resolvê-la”. Com seis segundos de televisão diários, ele aproveitou o corpo a corpo para prometer que seria o único capaz de retirar Minas Gerais da crise.
Zema prometeu renegociar a dívida do Estado com a União, recuperar a Cemig e depois privatizá-la, colocar o salário do funcionalismo em dia, reavaliar a questão fiscal e dar incentivos para empresas e empreendedores. “A economia é cada vez menor. Nós pagamos ICMS em praticamente tudo, para ter um Estado que investe?”, questionou. Seu foco foram os votos dos “indecisos” e “indignados”.
Nem o deslize de pedir votos para o presidenciável João Amoêdo e também para Jair Bolsonaro (PSL) em suas considerações finais do debate da Rede Globo abalou publicamente sua campanha. O Novo nacional considerou o ato como infidelidade partidária. Zema rapidamente contornou a situação informando que Amoêdo é a única opção, mas que gostaria que os eleitores de Bolsonaro mineiros o escolhessem como governador. Pode funcionar.