Eleições 2020: Candidatos vão perdoar dívidas para ajudar comércio em Nova Lima

Um dos desafios no pós-pandemia de Covid-19 para grande parte das prefeituras do Estado é conseguir estabelecer estratégias para ajudar o comércio – que ficou meses fechado – a se reerguer e reaquecer as contratações no mercado de trabalho. Entre os candidatos à Prefeitura de Nova Lima o consenso é que o Executivo, já a partir do próximo ano, precisa criar programas, estabelecer regras, abrir mão de impostos devidos pelos comerciantes e atrair novos investimentos para que isso ocorra.

O ex-prefeito Carlinhos Rodrigues (PDT) critica a atual gestão por não ter aumentado a fiscalização em vez de fechar o comércio. “Que contratasse até agentes temporários para fiscalizar o comércio parcialmente aberto. Que cada loja pudesse receber um freguês de cada vez e isso fosse fiscalizado pela prefeitura”, aponta.

Rodrigues acredita que uma das saídas agora passa por perdoar dívidas do comércio como forma de recompensação. “A prefeitura pode ajudar aportando recursos e inclusive abrindo mão de impostos devidos por esse comerciante como forma de compensar apoiá-los para uma recuperação”, diz. Ele também defende a capacitação de jovens e o investimento no mercado de startups.

O atual vice-prefeito da cidade, João Marcelo Dieguez (Cidadania), defende a criação de plano de recuperação socioeconômico que deve ser construído com a participação da associação comercial do município. “Nós vamos ter que identificar as necessidades das pessoas e das empresas, estruturar o poder público para que possa atuar como um facilitar e incentivador desse retorno. O Jardim Canadá tem um potencial gastronômico e industrial. Macacos tem um potencial turístico. O Vila da Serra tem um potencial de novos negócios e inovação. Nós temos que trabalhar por regiões, para criar um ambiente atrativo de retomada dos negócios ”, explica. 

Entre as medidas que poderiam ser adotadas em curto prazo, o vereador Wesley de Jesus (DEM) destaca ampliação do programa Vida Nova, que paga um auxílio mensal às famílias de baixa renda de até R$ 230. Atualmente, o programa atende cerca de 3.000 famílias, e o objetivo seria dobrar esse número.

“A prefeitura já está com autorização legislativa para isso. Não implantou porque nós precisamos socorrer as famílias que mais necessitam neste momento. Eu acredito que com essa expansão do programa no próximo ano, vamos conseguir contemplar por mais algum tempo essa ausência do auxílio emergencial do governo federal”, explica. Wesley também aposta em investimentos e mudanças no Plano Diretor para atrair empresas.

Prestígio

A qualificação da mão de obra e uma campanha para que as pessoas façam compras e prestigiem os comerciantes de Nova Lima estão entre as propostas para reaquecimento do comércio do advogado Dr. Juarez (Solidariedade). De acordo com ele, é muito comum que os nova-limenses realizem compras em Belo Horizonte.

“Qualquer coisinha as pessoas falam que vão comprar em Belo Horizonte, quando elas deveriam primeiro procurar aqui na cidade. Tem um projeto também que foi aprovado na Câmara Municipal que prevê que a prefeitura faça um empréstimo e as pessoas pagam um juros pequeno a longo prazo. Isso facilitaria a vida do comerciante”, alega. 

Em uma possível gestão da prefeitura, Soldado Flávio de Almeida (PT) aponta como primeiro passo a revisão reforma administrativa. “Quando foi feita a reforma, afetou o salário dos servidores, ou seja, menos dinheiro circulando. No pós-pandemia, temos que fazer a reforma administrativa para os servidores e depois nos preocupar com os nossos comerciantes. Nós temos comércio que hoje está sem funcionários, só com o próprio dono trabalhando. Precisamos de uma gestão que olhe para a população, para os bairros e para os comerciantes”, afirma.