Mulheres que dormem mal tendem a comer demais e ter uma dieta de baixa qualidade, de acordo com um novo estudo de pesquisadores do Irving Medical Center, da Universidade de Colúmbia. As descobertas fornecem uma nova visão de como a má qualidade do sono pode aumentar o risco de doenças cardíacas e obesidade e apontam para possíveis intervenções para melhorar a saúde do coração das mulheres.
O novo estudo, publicado no “Journal of the American Heart Association”, foi desenvolvido para obter uma imagem mais abrangente em mulheres, examinando associações entre a qualidade geral da dieta e vários aspectos do sono. “As mulheres são particularmente propensas a distúrbios do sono durante toda a vida, porque muitas vezes assumem as responsabilidades de cuidar de crianças e familiares e, mais tarde, por causa dos hormônios da menopausa”, diz o professor e principal autor do estudo, Brooke Aggarwal.
Os pesquisadores analisaram o sono e os hábitos alimentares de um grupo etnicamente diversificado de 495 mulheres, com idades entre 20 e 76 anos. A análise se baseou na qualidade do sono, no tempo necessário para adormecer e na insônia. As mulheres também relataram os tipos e as quantidades de alimentos que normalmente comem.
O estudo descobriu que aquelas com pior qualidade geral do sono consumiam mais açúcares, gorduras saturadas e cafeína. Ou seja, quanto mais baixa a qualidade do sono e quanto menos dormiam, pior a alimentação.
Conforme a pesquisa, as mulheres que demoraram mais a adormecer tiveram maior ingestão calórica e consumiram mais alimentos. Mais de um terço delas tinham má qualidade do sono ou algum nível de insônia. Quase 30% dormiam menos de sete horas por noite, e quase 25% dormiam menos de sete horas por noite, mas também enfrentavam insônia. O tempo médio de sono entre todas as mulheres foi inferior a sete horas.
No geral, as mulheres que não dormiram bem ou não dormiram o suficiente consumiram de 500 a 800 calorias a mais em média. Elas excederam as recomendações para a ingestão total de gordura saturada, açúcar e cafeína, mas não cumpriram as recomendações para grãos integrais e fibras.
E as mulheres com sintomas de insônia mais graves consumiram mais comida por peso e menos gorduras insaturadas do que as mulheres com insônia mais leve. “Nossa interpretação é que mulheres com sono de baixa qualidade podem comer demais durante as refeições e fazer mais escolhas alimentares pouco saudáveis”, diz Aggarwal.
Conexão. Outra possível explicação é que consumir muita comida pode causar desconforto gastrointestinal, o que dificulta o adormecimento, disseram os pesquisadores.
Razão. De acordo com o estudo, a falta de sono pode levar a excessos porque acredita-se que estimula a fome e/ou suprimir os sinais hormonais que comunicam a saciedade. Níveis de insônia podem influenciar o hipocampo, a região do cérebro que regula a ingestão de alimentos. Se o consumo de alimentos açucarados e gordurosos levar a atividade anormal do hipocampo, pode ser difícil evitar o desejo por alimentos não saudáveis.