Medicina

Japonês e norte-americano vencem Nobel com tratamento inovador contra o câncer

Os dois cientistas foram premiados pela descoberta de uma terapia contra o câncer por meio da inibição da regulação imuno negativa


Publicado em 01 de outubro de 2018 | 08:23
 
 
 
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O norte-americano James P. Allison e o japonês Tasuku Honjo são os vencedores do Prêmio Nobel de Medicina em 2018 por seus trabalhos que revolucionaram o tratamento do câncer, anunciou nesta segunda-feira (1º) o júri.

Os dois cientistas foram premiados "pela descoberta de uma terapia contra o câncer por meio da inibição da regulação imuno negativa", anunciou a Assembleia Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo.

A terapia inibe as proteínas geradas por algumas células imunológicas, assim como algumas células cancerígenas.

As proteínas podem evitar que as defesas naturais do corpo matem as células cancerígenas. O objetivo da terapia é permitir que o sistema imunológico atue mais rápido para combater o câncer.

"Sonhava com isso, mas não pensei que aconteceria. Me parecia demais", afirmou Allison, 70 anos, à agência de notícias sueca TT.

Allison, professor da Universidade do Texas, e Honjo, professor da Universidade de Kyoto, foram premiados em 2014 por suas pesquisas com o prêmio Tang, considerado a versão asiática do Nobel.

Os dois dividirão o prêmio de 1,01 milhão de dólares concedido aos vendedores.

O rei Carl XVI Gustaf da Suécia entregará o prêmio em uma cerimônia em Estocolmo em 10 de dezembro, data do aniversário da morte, em 1896 de Alfred Nobel, que registrou em seu testamento o desejo da criação do prêmio.

No ano passado, três geneticistas americanos foram premiados com o Nobel de Medicina por suas pesquisas sobre o relógio biológico, que ilustra a adaptação do corpo aos ciclos do dia e da noite, assim como os transtornos do sono.

Na terça-feira será anunciado o Nobel de Física, seguido pelo de Química na quarta-feira e de Economia na próxima segunda-feira.

Na sexta-feira será revelado em Oslo o vencedor do Nobel de la Paz.

Pela primeira vez desde 1949, o anúncio do Nobel de Literatura será adiado por um ano pela Academia Sueca, que enfrenta um escândalo vinculado ao movimento #MeToo, com divisões internas e a renúncia de vários membros, o que impede o funcionamento normal da instituição.

Lista dos últimos 10 vencedores do Nobel de Medicina

2018: James P. Allison (Estados Unidos) e Tasuku Honju (Japão) por suas pesquisas sobre a imunoterapia especialmente eficaz no tratamento de casos de câncer agressivos.

2017: Jeffrey C. Hall, Michael Rosbash e Michael W. Young (Estados Unidos) por suas descobertas sobre o relógio biológico interno que controla os ciclos de vigília-sono dos seres humanos.

2016: Yoshinori Ohsumi (Japão) por suas pequisas sobre a autofagia, cruciais para entender como se renovam as células e a resposta do corpo à fome e às infecções.

2015: William Campbell (de origem irlandesa), Satoshi Omura (Japão) e Tu Youyou (China) por terem desenvolvido tratamentos contra infecções parasitárias e malária.

2014: John O'Keefe (Estados Unidos/Reino Unido) e May-Britt e Edvard Moser (Noruega) por suas investigações sobre o "GPS interno" do cérebro, que pode permitir avanços no conhecimento do Alzheimer.

2013: James Rothman, Randy Schekman e Thomas Südhof (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os transportes intracelulares, que ajudam a conhecer de modo mais eficaz doenças como a diabetes.

2012: Shinya Yamanaka (Japão) e John Gurdon (Reino Unido) por suas pesquisas sobre a reversibilidade das células-tronco, que permite criar todo tipo de tecido do corpo humano.

2011: Bruce Beutler (Estados Unidos), Jules Hoffmann (França) e Ralph Steinman (Canadá), por seus estudos sobre o sistema imunológico que permite ao organismo humano se defender de infecções, favorecendo a vacinação e a luta contra doenças como o câncer.

2010: Robert Edwards (Reino Unido), pai do primeiro bebê de proveta, por sua contribuição ao desenvolvimento da fecundação in vitro.

2009: Elizabeth Blackburn (Austrália/EUA), Carol Greider E Jack Szostak (Estados Unidos), por suas descobertas sobre os mecanismos da vida e suas aplicações na luta contra o envelhecimento.

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