Meio ambiente

Lama de desastre de Mariana foi detectada em Abrolhos, diz estudo

Tragédia lançou mais de 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos no rio Doce


Publicado em 06 de setembro de 2019 | 06:00
 
 
 
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Um estudo científico publicado, no último mês, na revista técnica “ScienceDirect”, da editora anglo-holandesa Elsevier, mostrou que a lama da barragem de Mariana, na região Central de Minas Gerais – estrutura da mineradora Samarco que se rompeu em 5 de novembro de 2015 –, atingiu os corais do Parque Nacional de Abrolhos.

Na região, está localizado o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, onde há espécies endêmicas. Aves, tartarugas e baleias também habitam o local. As informações são da Agência Brasil.

A tragédia lançou mais de 50 milhões de metros cúbicos de lama no rio Doce. Os pesquisadores lembram que os rejeitos de minérios de ferro ainda invadiam o oceano 17 dias depois do rompimento. 
Eles afirmaram ainda que os impactos do estrago ambiental ainda são desconhecidos.

Um sistema remoto de vigilância, que inclui dados sobre ventos, temperatura da superfície do mar e o total do material em suspensão na água, além de sua coloração, segundo os pesquisadores, “indicou que a pluma de rejeitos de ferro atingiu a porção sul do banco Abrolhos em 16 de junho de 2016”, ou seja, mais de sete meses após a catástrofe.

“Para obterem mais evidências da presença de rejeitos dos recifes de coral, amostras de água foram coletadas em uma área que abrange o estuário do rio até os recifes no sul do Banco Abrolhos”, afirmam os pesquisadores. 

Eles analisaram “a composição isotópica e microbiana das amostras, bem como a composição dos recifes”. “Apesar de não haver pistas de impacto negativo nas comunidades de corais, a análise isotópica confirmou a presença da pluma na área de recifes”, disseram os cientistas.

O estudo servirá como base para futuras avaliações de impacto em longo prazo nos recifes de coral no banco de Abrolhos. O trabalho é assinado por 15 pesquisadores. 

No início deste ano, uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) apontou que lama de rejeitos da barragem tinha chegado ao Parque de Abrolhos. O levantamento detectou a presença de metais na região, como zinco e cobre. 

O banco compreende uma área de 32 mil km² de água rasa, com recifes de coral e manguezais, entre a Bahia e o Espírito Santo.

Vazamentos no local atingiriam ainda e, em poucas horas, manguezais e recifes de corais, comprometendo a fauna e pesqueiros relevantes da região para a pesca artesanal. 

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