Saúde

Movimento defende que SUS exclua a homeopatia

Grupo de cientistas argumenta que produtos são diluídos demais e não têm evidência científica


Publicado em 24 de dezembro de 2019 | 03:00
 
 
 
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Quase 40 anos após ser reconhecida como prática médica no Brasil, a cobertura da homeopatia no Sistema Único de Saúde (SUS) está sendo questionada por um grupo de cientistas brasileiros.

O movimento, adepto a tendências internacionais ocorridas no Reino Unido e na Austrália, chegou ao Brasil no mês passado, após o lançamento de uma campanha do Instituto Questão de Ciência (IQC). A Associação Médica Homeopática Brasileira critica o movimento.

O grupo já fez uma representação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e no Conselho Federal de Medicina (CFM) questionando a validade científica da homeopatia e pedindo que a prática seja retirada do rol de atendimentos públicos no país.

“Estamos exigindo que eles acolham as evidências científicas de que a homeopatia não funciona. É dinheiro dos contribuintes que não está sendo usado da forma mais racional, porque as soluções homeopáticas são preparadas com diluições que não têm uma única molécula da substância original”, critica Natália Pasternak, bióloga e presidente do IQC.

Fundado em 2018, o IQC, formado por médicos, físicos, biólogos e químicos, é uma organização sem fins lucrativos. A entidade se autodenomina o “primeiro instituto no país voltado para a defesa do uso de evidência científica nas políticas públicas”. O princípio da ultradiluição da homeopatia deu origem ao nome da campanha, “10²³”, em referência ao número de Avogadro, uma constante química que representa a maior diluição possível de um composto no qual ainda possa restar uma molécula da solução original.

“As soluções da homeopatia são preparadas em diluições muito maiores do que 10²³. Quando se faz uma análise química desses remédios, só tem água e açúcar. O governo informou que pretende manter os procedimentos que têm eficácia comprovada cientificamente”, diz Natália.

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