A interrupção da amamentação custa diariamente quase US$ 1 bilhão (equivalente a R$ 3,76 bilhões) por dia devido à perda de produtividade e aos custos com saúde, alertam especialistas.
Uma pesquisa feita por cientistas da Austrália e da Ásia mostra que o mundo poderia poupar US$ 341 bilhões por ano se as mulheres pudessem amamentar seus filhos por mais tempo, ajudando a prevenir doenças e até evitar mortes infantis.
Intitulado “O custo de não amamentar”, o estudo levou seis anos e foi apoiado pela iniciativa americana “Alive & Thrive”, focada em nutrição infantil. “O aleitamento materno é um direito humano. Salva vidas e aumenta a prosperidade econômica”, afirma o especialista em economia da saúde e líder da pesquisa, Dylan Walters.
Os cientistas colheram informações em mais de cem países através de um website. O objetivo é disponibilizar os dados para ajudar formadores de políticas públicas a medir as perdas econômicas em cada país e entender o quanto o apoio ao aleitamento materno ajuda na economia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que bebês alimentem-se exclusivamente de leite materno nos primeiros seis meses de vida. Depois disso, é indicada uma dieta que inclua o leite materno, entre outros alimentos, até a criança completar 2 anos.
A amamentação pode prevenir que a criança tenha diarreia e pneumonia, duas grandes causas de morte infantil. Amamentar também protege as mães contra câncer de mama e de ovário e reduz o risco de hemorragia e depressão pós-parto.
Porém, apenas 40% das crianças com menos de 6 meses são amamentadas exclusivamente no nível mundial, enquanto 820 mil mortes infantis poderiam ser evitadas a cada ano se a recomendação fosse seguida.