Foram necessários 50 anos para que o empresário e palestrante Ricardo Trajano pudesse conhecer a atuação do plano espiritual dentro do avião, antes que ele fizesse um pouso de emergência, desde que uma fumaça clara começou a sair debaixo da porta do banheiro até se transformar em uma nuvem negra letal, que matou 123 pessoas queimadas e asfixiadas, no acidente com o Boeing 707 da Varig, voo RG-820, saindo do Rio de Janeiro com destino a Londres e escala em Paris, ocorrido em 11 de julho de 1973.
Trajano tinha 21 anos, amava os Beatles, os Rolling Stones, o Led Zeppelin, Chuck Berry e The Purple, entre muitas outras bandas, e queria assistir a muitos shows em Londres. Sonho adiado. Ele foi o único passageiro que sobreviveu à queda.
Ficou 30 horas em coma, quase dois meses no CTI do Henry Mondor University Hospital, em Paris, e mais um mês no Hospital da Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro.
“A primeira radiografia do pulmão foi quase um atestado de óbito. Eu estava com edema pulmonar generalizado e hemoptise, inflamação dos brônquios que fazia com que eu expelisse sangue envenenado pela boca a todo instante”, relembra Trajano.
Os médicos, conta ele, “estavam preocupados com as queimaduras de terceiro grau nas costas, que poderiam infeccionar os rins”. “Não me davam nem uma semana de vida. Com exceção do médico Pierre Huguenard, que não desistiu de mim, não saiu do meu lado, nem mesmo nos finais de semana. Ele salvou minha vida”, relembra um emocionado Trajano, que o considera um segundo pai.
Os dados do acidente aéreo estão na internet e já foram contados e recontados por Trajano ao longo dos últimos 50 anos em inúmeras palestras pelo Brasil. Mas somente no último dia 11 ele se encontrou com a sensitiva e espiritualista Norma Guimarães, que queria conhecê-lo pessoalmente, entregar uma carta que escreveu em 2020 e revelar a atuação dos mestres espirituais naquele terrível acidente.
Contatos com Ricardo Trajano: Instagram: ricardochusttrajano ou pelo e-mail: ricardoctrajano@gmail.com
Sentada ao lado de El Morya
Norma Guimarães revela a Ricardo Trajano que acordou muito cansada porque havia trabalhado mediunicamente naquela noite de 1973. “Em desdobramento, eu me vi dentro de um avião, sentada numa cadeira do corredor. De repente, vi uma fumaça fina saindo debaixo da porta do banheiro. Tinha um senhor sentado ao meu lado, e me virei para falar com ele sobre a fumaça”, relembra a sensitiva, que na época tinha 39 anos e, hoje, 89.
E prossegue: “Ele vestia uma túnica e turbante branco e tinha uma ametista na testa. Ele me disse: ‘Esse avião vai cair agora, e vamos trabalhar muito. Só uma pessoa vai se salvar. Ele merece viver e tem uma missão. Nós vamos ajudá-lo, assim como vamos amparar as outras pessoas que vão fazer suas passagens para outros planos’. Na mesma hora vi um jovem correndo pelo corredor para a parte da frente do avião e, na sequência, o avião caiu num campo de cebola. Fiquei atordoada com o que vi ali”.
Norma revela que o cenário era assustador. “Pessoas ensanguentadas, algumas agonizando, muitas mortas e um forte cheiro de carne queimada”. Ela diz a Trajano: “Você estava caído no chão, próximo à cabine. Esse mestre pediu que eu me sentasse no chão e colocasse sua cabeça no meu colo. Eu o abracei e fiquei passando a mão na sua cabeça até que o socorrista veio te buscar. Quando o socorro físico chegou, todos estavam sendo amparados por uma enorme equipe espiritual”, relembra.
O homem vestido de branco do avião era o mestre ascensionado do primeiro raio, El Morya, que estava em grande missão e precisou da energia humana de Norma para ajudá-lo. “Acordei logo em seguida e contei o sonho para minha mãe. Ela me disse: ‘Você tem cada coisa’. Somente à noite, quando voltei do trabalho, fiquei sabendo do acidente pela televisão. Foi tudo muito confuso, não sabia se o jovem que eu tinha amparado havia morrido ou sobrevivido. Mas eu rezei muito por ele”, relata a sensitiva.
Em 2020, Norma assistiu a uma palestra de Trajano pela internet e decidiu que era a hora de entrar em contato com ele. Escreveu uma carta, mas sua filha descobriu o contato de Trajano nas redes sociais. Veio a pandemia, e agora, em janeiro, ela finalmente o conheceu. “Que felicidade te ver vivo”, disse ela enquanto o abraçava. (AED)
Empurrão e abraço foram atuações superiores
Há cinco anos Ricardo Trajano começou a dar palestras sobre o acidente, sobre o tempo em que ficou hospitalizado, sobre ressignificar a vida, sobre resiliência, sentido e propósito da existência, viver o presente e felicidade. As lembranças estão vívidas, mas ele nunca entendeu dois episódios. “Depois que vi a fumaça saindo do banheiro, eu imediatamente tirei o cinto de segurança e corri para a frente do avião. Foi um impulso inexplicável. Um comissário tentou me impedir, pedindo que eu retornasse ao meu assento, mas uma força maior me empurrava. Desconsiderei a ordem dele”.
E emenda: “Fiquei lá na frente, a cabine do piloto estava fechada, e a maioria da tripulação estava lá dentro. Rapidamente a fumaça tomou conta do avião, foi uma câmara de gás tóxico. Eu não enxergava nada. Nesse momento passou um filme da minha vida pela minha cabeça. Senti alguém me abraçando, pensei que fosse a morte. Desmaiei e só acordei no CTI”.
O sobrevivente agora sabe que foi empurrado pelo seu protetor e abraçado por Norma Guimarães, em desdobramento. Era a vida o abraçando. Houve uma conspiração do mundo espiritual para que ele sobrevivesse. “Agradeço todos os dias por cada minuto vivido. Tenho uma fé interna muito grande, acredito no lado espiritual e energético, assim como minha mãe e avó. Esse abraço espiritual até eu fechar os olhos e acordar 30 horas depois e o empurrão foram coisa de um ser superior”, finaliza. (AED)