Inexplicavelmente, o “Dicionário da Religiosidade Popular”, que tem fortes raízes com a cultura mineira, não encontrou apoio por essas terras e foi lançado pela editora Nossa Cultura de Curitiba. “Para mim foi um ato de competência e coragem da editora que acreditou na obra. Imagino encorajar as pessoas que querem se dedicar à cultura popular. Eu mesmo, para escrever, tive que correr atrás de folias noite adentro, visitar terreiros de todo tipo pelo Brasil afora, ficar junto com as benzedeiras, anotei umas 2.500 rezas”, comenta o autor, frei Chico.
Ele acredita que um livro dessa natureza pode evitar julgamentos errados. “Eu chamo o livro de começo do princípio do início de alguma coisa, porque não se pode ter a pretensão de ter escrito todas as formas de religiosidade, seja afro, de influência indígena, da tradição oral de Portugal, mestiça. Ninguém pode imaginar que esse livro deveria ter tudo, mas pretendo ter escrito um livro representativo, moderno, porque falo sobre o grande desafio da religiosidade nas cidades”. (AED)