Alerta

Primeiro caso de coronavírus fora da Ásia é registrado nos EUA

Paciente é chinês, não visitou mercados onde estaria a origem dos casos e passa bem; na última sexta, governo americano reforçou alerta em aeroportos


Publicado em 21 de janeiro de 2020 | 19:53
 
 
 
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Um homem de 30 anos foi hospitalizado em Everett, perto de Seattle, no Estado de Washington (EUA), após ter contraído o novo coronavírus chinês, anunciaram ontem autoridades de saúde dos Estados Unidos. Esse é o primeiro caso no país e o primeiro fora da Ásia. O vírus já tinha se manifestado antes em China, Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Taiwan.

O paciente, cuja identidade não foi revelada, não chegou a visitar os mercados de Wuhan, na China, onde surgiram vários casos do vírus, mas viajou para essa região, informou à imprensa Nancy Messonnier, diretora do Departamento de Doenças Respiratórias dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) dos Estados Unidos.

O homem desembarcou no aeroporto de Seattle, vindo em voo direto de Wuhan, em 15 de janeiro. Não tinha sintomas ao chegar, mas entrou em contato com os serviços de saúde no domingo, após o aparecimento dos primeiros sinais.

Uma amostra transmitida aos CDCs permitiu confirmar que ele havia contraído o novo vírus, informou Scott Lindquist, epidemiologista do Estado de Washington. 

“É um homem muito esperto, que coopera plenamente”, asseguraram as autoridades sanitárias. “Está no Providence Regional Medical Center de Everett, e seu estado de saúde é bom”, disse Chris Spitters, encarregado de saúde do condado de Snohomish, ao norte de Seattle. 

Na última sexta-feira, os Estados Unidos estabeleceram controle em três de seus grandes aeroportos (Nova York JFK, San Francisco e Los Angeles) e há previsão de estendê-los nesta semana a Chicago e Atlanta, anunciaram as autoridades. Todos os passageiros que viajarem de Wuhan em voos diretos chegarão aos Estados Unidos por esses aeroportos, explicaram os CDCs. 

Controle sanitário é reforçado. Vários países da Ásia reforçaram ontem os controles sanitários diante da propagação do misterioso coronavírus, que já deixou seis mortos na cidade chinesa de Wuhan. De Bangcoc a Hong Kong, passando por Singapura e Sydney, as autoridades estabeleceram controles sistemáticos nas chegadas de voos procedentes das zonas de risco depois que Pequim confirmou a transmissão desse coronavírus entre humanos.

Mais de um mês após seu surgimento em um mercado na cidade de Wuhan (centro), foram relatados casos em três outros países asiáticos: Japão, Coreia do Sul e Tailândia.

O prefeito de Wuahn, Zhou Xianwang, confirmou o balanço de seis mortos pela doença. No total, 258 pessoas foram contaminadas pelo vírus apenas nessa cidade, das quais 227 continuam em tratamento. Além disso, 922 pessoas estão em observação por suspeita de infecção.

OMS pede atenção a surto. A Organiação Mundial da Saúde (OMS) se reúne nesta quarta-feira para decidir se o surto do novo coronavírus, que já matou seis pessoas na China, deve ser considerado uma “emergência de saúde pública internacional”. 

O órgão utilizou essa denominação poucas vezes, como no caso do vírus H1N1 (2009), na epidemia do vírus Ebola (2014-2016) ou no zika vírus (2016). 

O governo chinês classificou o surto da mesma forma que a Síndrome Respiratória Aguda Severa (Sars), o que implica aos infectados seguir uma quarentena obrigatória e possíveis restrições de viagem. 

No Brasil. O Ministério da Saúde informou ontem que aguarda a reunião da Organização Mundial da Saúde (OMS), a ser realizada hoje e que deverá definir as orientações sobre como os países deverão proceder. Vários países já fazem o controle sanitário em aeroportos.

 

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