Saúde

Meningite bacteriana é fulminante e deve ser tratada rapidamente

Sintomas incluem febre alta e repentina, dor de cabeça e rigidez no pescoço


Publicado em 02 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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A meningite, doença que causou a morte do neto de 7 anos do ex-presidente Lula, é uma infecção que se instala principalmente quando uma bactéria ou vírus ataca as meninges – três membranas que envolvem e protegem o encéfalo –, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central.

Mais raramente, as meningites podem ser provocadas por fungos ou pelo bacilo de Koch, causador da tuberculose. As formas bacterianas são as mais graves e devem ser tratadas imediatamente.

No caso do neto de Lula, a suspeita é que ele tenha contraído a forma meningocócica, que possui 12 sorotipos conhecidos. Os principais em circulação no Brasil são A, B, C, W e Y.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, em 2018, foram registradas 1.072 ocorrências dessa forma da doença no Brasil e 218 mortes. Em 2017, no mesmo período, foram 1.138 e 266, respectivamente.

Segundo Celso Granato, professor de infectologia da Unifesp, a doença é fulminante. O risco de morte é de 10% a 20%. Os sintomas incluem febre alta e repentina, dor de cabeça, rigidez do pescoço, vômitos, em alguns casos sensibilidade à luz e confusão mental.

De acordo com o infectologista Carlos Starling, diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, se a doença não for tratada a tempo, a letalidade chega a quase 100%.

“A meningite, de maneira geral, é altamente letal mesmo com o tratamento adequado. A meningocócica, por exemplo, é ainda mais letal, porque o tipo de bactéria é mais agressivo, sendo um quadro de evolução rápida. Nesses casos, o tempo é um fator primordial”, afirma.

Entretanto, Starling esclarece que a meningite pode ser prevenida com vacinas. “Pessoas que podem apresentar deficiência de imunidade, como crianças, idosos, portadores de diabetes e pacientes que fazem tratamento contra o câncer, devem ser os principais alvos”, alerta.

Na rede pública, as vacinas protegem contra as meningites causadas pelo hemófilo B, por pneumococo e pelo meningococo C. Na rede privada, a vacina quadrivalente protege contra a meningite meningocócica A, C, W e Y. Também há a vacina contra a meningite tipo B. (Com agência)

 

Brasil registra outros tipos da doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, em relação à meningite pneumocócica, foram 1.030 ocorrências e 321 mortes em 2017, e 934 e 282 em 2018. As meningites causadas por outras bactérias somaram 2.687 notificações e 339 óbitos em 2017, e 2.568 e 316 em 2018.

No caso da viral, o governo registrou 7.924 casos e 107 mortes em 2017. No ano passado, foram 7.873 e 93. Já meningites com outras causas contabilizaram 796 ocorrências e 169 óbitos em 2017, e 624 e 122 em 2018.

Flash

Combate. No mês passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a Trumenba, nova vacina contra meningite B. Ainda não há previsão de quando a aplicação começa no país.

 

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