O engate traseiro do tipo “bola” ainda gera polêmica sobre sua real função. Para desmistificar essa questão e alertar sobre seu verdadeiro uso, o Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi/Mapfre) elencou os cuidados que os motoristas devem ter ao instalar esse equipamento.
O superintendente técnico do centro, Emerson Feliciano, lembra que a função do engate é de auxiliar no transporte de reboques, carretas, baús, trailers e até mesmo um veículo quebrado em caso de emergência. O engate, de fato, pode proteger seu veículo em batidas leves, principalmente aquelas “encostadinhas” que ocorre nos estacionamentos. Porém, em um impacto um pouco mais forte, o acessório pode danificar seu carro de forma mais severa.
“Muitos condutores acreditam que o engate irá proteger o carro e evitar possíveis danos ao para-choque no caso de uma colisão traseira. Mas é um equívoco perigoso, já que a peça pode, inclusive, ser pior em uma batida”, alerta Feliciano.
Segundo o especialista, o isso acontece porque, em colisões traseiras, dependendo do tipo de impacto, o equipamento poderá causar não só deformações pontuais na capa do para-choque, mas afetar pontos da estrutura do veículo. E pior: por reduzir a superfície de contato, o engate pode anular o efeito do para-choque, aumentando o impacto da batida para os ocupantes do carro.
Encontre o engate certo
A dica para o motorista que realmente deseja ou precisa instalar o engate “bola” é procurar por sistemas homologados, de acordo com as regras do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e compatíveis com seu veículo.
O dispositivo só deve ser instalado apenas em modelos que tenham capacidade de tração. Essa informação é descrita no manual do proprietário. Além disso, deve-se observar o modelo de cada engate, respeitando sua capacidade de carga, que pode variar entre 400 kg e 1.500 kg. Por fim, o engate deve ter sido testado pelo Inmetro e conter uma placa visível e inviolável fixada a ele com o nome do fabricante, CNPJ e identificação do registro concedido pelo órgão, modelo do veículo ao qual se destina, capacidade máxima de tração do veículo e uma referência à resolução 197/06, que regulamenta o uso do acessório.
Legislação
Multa de R$ 195,23. Vale lembrar que, em caso do não cumprimento das exigências, em uma blitz policial, o motorista está sujeito a ser multado por cometer uma infração grave, somando cinco pontos à Carteira Nacional de Habilitação, além da retenção do veículo até a regularização do problema.