Pesquisa

Google abre primeiro centro de inteligência artificial na África

Algoritmos podem ajudar pequenos agricultores e prevenir catástrofes


Publicado em 16 de abril de 2019 | 03:00
 
 
 
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Acra, Gana. O Google abriu um laboratório de pesquisa em Gana sobre inteligência artificial, o primeiro do tipo na África, com o objetivo de responder aos problemas socioeconômicos, políticos e ambientais do continente. Existem laboratórios tecnológicos em cidades como Tóquio, Zurique, Montreal e Paris, mas a inauguração de um nesta semana em Acra pode ser especialmente importante para a África.

Como utilizar a inteligência artificial para aliviar as penúrias dos médicos, ou melhorar o diagnóstico do câncer? Como ajudar os pequenos agricultores em suas colheitas aos trabalhadores na detecção de problemas nas máquinas? Como prevenir as catástrofes naturais? “A África enfrenta muitos desafios e aqui o uso da inteligência artificial pode ser mais importante do que em outros lugares”, explicou à AFP Moustapha Cissa, diretor do novo centro Google de Acra.

Graças aos algoritmos, ao reconhecimento vocal, ou de escritura, muitos documentos podem ser traduzidos para línguas vernáculas africanas. Os pequenos agricultores também poderão detectar problemas na produção, ou avaliar os preços do mercado na rede. Especialistas em machine learning e editores de programas de informática trabalharão em jornada integral neste novo laboratório. Isso será feito em colaboração com universidades e startups de Gana, Nigéria, Quênia e África do Sul.

“Formamos uma boa equipe de pesquisadores e de engenheiros internacionais”, acrescenta o diretor, Moustapha Cissa, originário do Senegal. “O objetivo também é abrir os olhos dos políticos sobre essa nova tecnologia para que se deem conta de sua importância. Espero que invistam mais na formação em inteligência artificial na África e em sua aplicação em diferentes âmbitos”, explicou.

Mercado

Os gigantes tecnológicos conhecidos como Gafa (acrônimo de Google, Apple, Facebook, Amazon) estão muito interessados no continente africano, um mercado imenso.

Atualmente, 60% do 1,2 bilhão de africanos tem menos de 24 anos e, até 2050, a população duplicará, chegando a 2,4 bilhões de pessoas. “Há claramente uma oportunidade para empresas como Facebook e Google de se instalar e impor sua marca no território” africano, explica Daniel Ives, da consultoria norte-americana GBH Insights.

“Se você observar Netflix, Amazon, Facebook, Apple, onde (essas empresas) podem crescer? Elas têm que mirar no nível internacional”, afirma o pesquisador em tecnologia.

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