Modelos com preço mais acessível também dão conta do recado

Apesar de o preço de celulares topo de linha ter atingido o maior patamar histórico em setembro de 2018, com o lançamento do iPhone XS – vendido por até R$ 10 mil –, e o valor médio dos aparelhos ter aumentado em R$ 248 no ano passado, a distância de performance entre modelos mais básicos e os smartphones de ponta está cada vez menor.

O aumento na qualidade de aparelhos mais simples é refletido nos números do mercado de smartphones no Brasil. No ano passado, aparelhos de entrada, com preços entre R$ 700 e R$ 1.099, foram os mais vendidos no país. Isso representa 39,8% dos mais de 44 milhões de celulares adquiridos em 2018, segundo levantamento da empresa de pesquisa de mercado IDC. Mas, com tantos modelos atraentes nessa faixa de preço, muitas dúvidas surgem na hora de escolher o mais adequado.

De acordo com o Ibope, 75% dos brasileiros usam o aparelho principalmente para acessar redes sociais e tirar fotos. As características mais desejadas em um celular são, respectivamente, autonomia de bateria, capacidade de armazenamento e resistência contra quedas. Essas informações são usadas pelas fabricantes para desenhar os modelos mais acessíveis, mas nem sempre são ideais para todos.

Prioridades

Modelos entre R$ 700 e R$ 900 não costumam focar em alguns aspectos, mas garantem funcionalidades básicas para todos os serviços da Google. Celulares um pouco mais caros, entre R$ 900 e R$ 1.500, costumam se diferenciar por alguma característica. Assim, é essencial ter em mente o mais importante e, para não errar na hora da compra, é preciso estabelecer prioridades.

O especialista da Escola Politécnica da USP Renato Franzin afirma que, há cerca de cinco anos, havia maior segmentação entre os modelos mais básicos e que, hoje, com a aproximação das configurações dos aparelhos, os equipamentos estão cada vez mais similares funcionalidade. Nesses celulares, Franzin aponta que o maior diferencial é a capacidade de armazenamento de cada um.

Em modelos um pouco mais caros, a história é diferente, pontua o especialista. “Há um pouco mais de bateria em um, mais memória em outro, uma câmera melhor em um terceiro”, explica. Apesar disso, o conselho é procurar aparelhos que tenham, pelo menos, 32 GB de armazenamento interno. “Se você tiver condições, essa é a primeira dica. Aparelhos com essa configuração, além de suprirem a necessidade de memória de muita gente, costumam vir equipados com baterias mais capazes”.

Franzin aconselha que o consumidor sempre comece a pensar no investimento com o tempo que quer ficar com o aparelho em mente. “É ideal fazer a conta com dois anos. Durante esse período o smartphone vai conseguir suprir suas necessidades? Se sim, é um bom começo”, diz.

Motorola G6 traz 3 câmeras por R$ 1.099

Apresentado no ano passado pela Motorola, o Moto G6 é um smartphone completo para quem não quer gastar tanto dinheiro em um aparelho. Com 32 GB de armazenamento de dados, versão mais atualizada do sistema operacional Android e tela de 5,7 polegadas resolução Full HD+, ele cumpre as tarefas básicas com fluidez e bom desempenho por R$ 1.099.

As câmeras fotográficas do modelo também não deixam a desejar: são três sensores disponíveis equipados com inteligência artificial para identificar objetos e pontos turísticos no aplicativo nativo do dispositivo.

1º trimestre

Mercado. Segundo a consultoria IDC Brasil, no primeiro trimestre de 2019, foram vendidos no país 10,7 milhões de smartphones, queda de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Flash

Variação. Aparelhos entre R$ 1.100 e R$ 1.999 ficaram com 35,6% do mercado, alta de 73,1% em relação ao ano anterior. Smartphones de preço abaixo de R$ 499 representaram 5% das vendas no ano passado, queda de 11% em relação ao período anterior.