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Truques criativos ajudam a se libertar do vício dos celulares 

Vale fazer uma pilha de aparelhos em uma mesa de bar, até traçar ‘toque de recolher’


Publicado em 01 de outubro de 2013 | 03:00
 
 
 
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Nova York, EUA. Sempre que Michael Carl, diretor de moda da “Vanity Fair”, sai para jantar com os amigos, apela para a brincadeira da “pilha de telefones”, na qual todo mundo põe o celular no meio da mesa; quem espiar o aparelho antes da chegada da conta arca sozinho com a despesa.

Brandon Holley, ex-editora da revista “Lucky”, começou a colocar o celular em uma lata antiga de leite assim que põe os pé sem casa – e lá ele permanece até depois do jantar. Marc Jacobs, o estilista, não queria dormir ao lado de nenhum dispositivo que apitasse; por isso, proibiu a entrada de qualquer aparelho eletrônico em seu quarto.

Uma vez que os smartphones continuam a ganhar espaço na nossa vida – e engenhocas móveis como o Google Glass ameaçam invadir nosso espaço pessoal ainda mais –, alguns estão tentando se libertar da tecnologia com truques e métodos criativos.

Sejam barreiras físicas (nada de iPad à mesa do jantar) ou conceituais (desligar os aparelhos às 23h), os usuários garantem que as técnicas já melhoraram seus relacionamentos e lhes recuperaram a sanidade.

“Desconectar-se é um luxo do qual todos nós necessitamos”, afirma Lesley M.M. Blume, escritora nova-iorquina que mantém o celular longe da mesa durante o jantar. “A expectativa de que temos que estar sempre disponíveis para empregadores, colegas e familiares impede que a pessoa tenha um tempo só para si – que, por sinal, está se tornando mais importante do que nunca”.

Grande parte da “desintoxicação” digital acontece em casa, onde e-mails urgentes de trabalho, mensagens de amigos, fotos de conhecidos no Instagram e atualizações no Facebook conspiram para atrapalhar a tranquilidade doméstica.

Uma tática comum é designar um tipo de “cofre” para o telefone, como a lata de leite. “Se o telefone toca ou acende, continua sendo uma distração; melhor nem ver, então taco dentro da lata”, diz Blume, que mora em um sobrado geminado no Brooklyn com o filho, Smith, e o marido, John.

Um aquário vazio sobre o aparador da sala de jantar tem função semelhante para Jaime David, assessora de imprensa do Grupo Starworks, de Nova York. “Se um de nós atender ao telefone entre as 18h30 e 20h30 sem ter um motivo muito forte, fica encarregado de pôr as crianças na cama”, conta ela, que mora em Maplewood, em Nova Jersey, com o marido, Jon, e dois filhos, Milo, de 4 anos, e Jack, de 10 meses.

Horário fixo. Há quem estabeleça um “toque de recolher” digital. “Nada de aparelhos ligados depois das 23h”, diz Ari Melber, apresentador do “The Cycle” da MSNBC, que mora em um apartamento no Brooklyn com a noiva, Drew Grant, repórter de cultura pop do “New York Observer”. A qualidade do sono, aliás, é um dos grandes motivos por que muitos, como Jacobs, impedem a entrada de aparelhos eletrônicos no quarto.

“Não gosto de dormir ao lado de uma bola carregada de informações, fotos e e-mails”, desabafa o estilista Peter Som, que deixa o telefone no carregador, na sala, durante a noite.

Quem tem criança pequena se preocupa ainda mais com os excessos, pois teme que os filhos imitem seus maus hábitos. A estilista Rebecca Minkoff faz questão de desativar o toque de seus dois celulares e deixá-los fora de vista quando brinca com o filho de 2 anos, Luca.

“Não é fácil e nem sempre dá, mas faço o possível para ficar longe do telefone até ter certeza de que ele está dormindo”, ela conta.

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