Londres, Reino Unido. O metabolismo lento, justificativa recorrente de quem está acima do peso para explicar os quilinhos a mais, tem fundamento. Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, garantem descoberto a primeira prova de que uma mutação no DNA pode, de fato, diminuir o metabolismo.
Mas a condição é rara. Os cientistas dizem que menos de 1% das pessoas são afetadas e, quando são, costumam ser muito obesas desde a infância. A descoberta foi divulgada na publicação científica “Cell”.
Os estudiosos já sabiam, antes da pesquisa, que camundongos que nascem sem uma seção do DNA, mais especificamente sem um gene chamado KSR2, ganham peso facilmente. Após essa descoberta, fizeram testes com 2.101 pessoas muito obesas. Algumas delas possuíam a versão mutante do DNA.
“(Se você tem a mutação) você fica com fome e querendo comer bastante, não fica com vontade de se mexer muito por conta do lento metabolismo e provavelmente terá diabetes do tipo 2 com pouca idade”, disse Sadaf Farooqi, em entrevista à BBC.
Efeitos no organismo. O KSR2 afeta a forma como células individuais interpretam sinais, como a presença do hormônio insulina. Por sua vez, isso afeta a capacidade do corpo de queimar calorias.
De qualquer forma, os pesquisadores acreditam que, apesar de terem a mutação genética estudada pelos cientistas da Universidade de Cambridge, algumas das pessoas afetadas têm um peso normal. Por outro lado, e 2% das crianças obesas aos cinco anos de idade têm a mutação.
Caso a indústria farmacêutica consiga desenvolver remédios para lidar com problemas semelhantes ao KSR2, isso pode vir a beneficiar todas as pessoas que são obesas.