Inovação

Assim será o futuro da mobilidade

Empresa alemã ZF desenvolve carro autônomo e apresenta futuras tecnologias de segurança automotiva capazes de reduzir drasticamente os acidentes de trânsito

Qua, 04/10/17 - 03h00

Como será o amanhã? Enquanto não é possível responder essa pergunta, algumas empresas visionárias seguem investindo em tecnologias que permitem, cada vez mais, a busca da automação. Entre elas surge a alemã ZF, uma grande companhia do setor automotivo que conta hoje com 137 mil colaboradores alocados em suas 230 plantas industriais espalhadas por 42 países. Durante o último Salão do Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, ocorrido em setembro, a ZF destacou-se ao apresentar avanços concretos na pesquisa de soluções para condução autônoma de veículos, para que, em futuro breve, possamos zerar os riscos de acidentes nas cidades e estradas pelo mundo.

Em um grande e interativo estande, a ZF proporcionou aos interessados no conhecimento das novas tecnologias. Foi uma verdadeira aula, com muita didática para apresentar não só os avanços em suas pesquisas de desenvolvimento, mas também o portfólio dos produtos já disponíveis para que as montadoras possam aperfeiçoar seus projetos de carros autônomos.

Essas novas tecnologias puderam ser comprovadas in loco pelo Super Motor em uma área externa do Salão de Frankfurt, onde a ZF montou sua pista de testes. Após a explanação dos engenheiros da ZF, que nos mostraram em detalhes todo o processo de funcionamento do veículo autônomo, foi a hora de experimentarmos na prática a sensação de ter participado de um filme de ficção em que o protagonista era o protótipo “Vision Zero Vehicle”.

Andando sozinho

Ao volante, um engenheiro alemão da ZF nos dava as boas-vindas ao Vision Zero explicando o que encontraríamos logo ao dar partida no carro do futuro. Tudo muito controlado e cronometrado com monitoramento externo.

Depois de um sinal positivo para a largada, o motor elétrico foi acionado, e automaticamente os cintos de segurança, que a essa altura já estavam afivelados, receberam uma carga elétrica que nos prendeu ainda mais ao encosto de cabeça.

Nos primeiros metros, o motorista ainda conduziu com as mãos no volante a trajetória do carro. Depois, no local apropriado para a exibição das novas tecnologia, mas passamos literalmente a ser conduzidos pelo carro, que dirigia sozinho.

O jornalista viajou a convite da Anfavea

 

À prova de distrações e barbeiragens

A pista de testes da ZF contava com áreas determinadas para execução de vários exercícios para demonstrar as novas tecnologias de condução autônoma que deverão ser implementadas nos automóveis até 2020.

Entre elas estavam o “Driver Distraction Assist”, que evitará acidentes causados por distração ao volante, e o “Wrong-way Inhiibit”, que inibe que o motorista trafegue pela contramão. O primeiro sistema conta com uma câmera, com tecnologia a laser, responsável por fazer o monitoramento tridimensional do posicionamento da cabeça do condutor. Isso significa que, assim que o sistema percebe que o condutor desvia os olhos do para-brisa, imediatamente soa um alerta com indicações visuais no display central, sinais acústicos e tensionamento no cinto de segurança.

Paralelamente, o carro assume a direção mantendo-se na faixa de rolagem não importa se, neste momento, o veículo estiver fazendo uma trajetória em curva. Se o condutor continuar distraído, o sistema reduz a velocidade até estacionar o carro por completo em uma área sem risco de acidentes.

A outra tecnologia, que inibe o motorista de invadir a contramão, chega a ser impressionante. O sistema entra em ação assim que o condutor liga a seta e o volante se vira em direção à rua que não pode ser acessada. Assim que o veículo identifica a placa de sinalização indicando que é contramão de direção, os alertas sonoros no painel começam, e o cinto de segurança dá uma “travada”, como se estivesse avisando o motorista sobre o perigo.

Tomado pela eletrônica, caso o motorista insista em seguir pela contramão, o carro autônomo trata não só de parar o veículo automaticamente, como também acionar o pisca-alerta como forma de aviso aos demais automóveis que por ali trafegam. Sensacional!

 

Protótipo também conta com várias tecnologias atuais

O protótipo da ZF vai muito além destes complexos sistemas de condução autônoma. Ele é dotado de muitas tecnologias a serviço da segurança e muitas delas podem ser imediatamente aplicadas aos automóveis em linha atualmente, como o cinto de segurança ativo e assistente para frenagem de emergência, que se trata de um recurso autônomo que mantém o veículo trafegando dentro da faixa.

Além disso, o carro conta com um sistema que garante distância segura do veículo que vai à frente, amortecedores eletrônicos e rodas traseiras que esterçam para facilitar manobras, lembrando os carrinhos de controle remoto. O motor que empurra toda essa parafernália eletrônica tem 200 cv de potência, e é 100% elétrico, portanto, zero em emissões, tudo isso movimentado por uma transmissão de velocidade em dois estágios.

Ao fim da apresentação, o protótipo “Vision Zero Vehicle” estacionou no mesmo local da partida, deixei seu habitáculo – que parece uma nave espacial –, com tantas informações distribuídas em telas enormes, inúmeras câmeras a vista e outras tantas sem alcance da visão – com uma certeza: nunca uma nota zero foi tão desejada assim na história, afinal, para conseguir cravar zero em número de acidentes e emissões de poluentes, só mesmo uma empresa com os pés no presente e os olhos no futuro. E, para a ZF, ele já chegou.

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