Avaliação

BMW é bebedor moderado

Premium flex, 320i ActiveFlex agrada em desempenho e consumo com etanol

Por Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2014 | 04:00
 
 
BMW 320i ActiveFlex Foto: Raimundo Couto

Olhando por fora, nada se nota de diferente no BMW 320i, branco, que nossa reportagem avaliou. Sem contar com a plaquinha “ActiveFlex”, que entrega ser ele o primeiro carro com motor turbo no mundo a ter permissão oficial do fabricante para rodar, também, com etanol em seu reservatório, o modelo passaria despercebido. Isto se fosse possível um reluzente BMW novo passar sem ser notado. Se ele atrai tantos olhares de todos por onde passa, mesmo sendo um dos modelos de entrada da marca bávara, e o mais vendido de toda linha dos modelos no país, não seria no posto de abastecimento que atravessaria incólume.

Assim que entrei, o frentista, na mesma hora, me encaminhou para a bomba na qual estava o aviso de que ali sairia gasolina de alta octanagem – Premium para uns, Podium para outros, mas, enfim, a mais cara. E qual não foi o semblante de surpresa do rapaz quando disse que eu queria mesmo era etanol. Com razão. Os automóveis com motorização flexível são lugar-comum no Brasil há mais de década, mas um carro dessa categoria, com tecnologia embarcada e alto valor agregado, ainda não era uma realidade.

Ainda que pese o fato de alguns estrangeiros de gama mais alta, produzidos no México e na Argentina rodaram por aqui consumido etanol a BMW, que já fábrica esse modelo em sua planta na cidade de Araqueri, em Santa Catarina, abre o caminho para Audi, que fará carros com motor flex no Paraná e para outra conterrânea e arquirrival, a Mercedes-Benz, que se prepara para fabricar alguns de seus modelos da linha A no interior de São Paulo, e claro, todos empurrados com essa possibilidade de consumir combustível verde.

Virtudes

O motor 2.0 turbo com injeção direta do BMW 320i ActiveFlex manteve a mesma potência e torque da versão movida apenas a gasolina. São 184 cv de potência a 5.000 rpm e 27,5 kgfm de torque a 1.250 rpm. O câmbio é automático (com conversor de torque) de oito velocidades e tem como ponto negativo a falta das borboletas para trocas sequenciais.

A posição de dirigir é peculiar. Mas como é fácil se acostumar com tudo que é bom, não seria o caso de não nos encontrarmos dentro de um BMW. Vale ressaltar que mesmo com regulagem de altura (elétrica), o motorista ainda dirige bem baixo, ressalto, nada que com o tempo não se acostume.

O sistema multimídia iDrive é projetado em um amplo monitor com gráfico de alta resolução e tem auxílio de teclas de atalho para facilitar a vida de quem o controla
Andando, o consumo não decepcionou. Com etanol no tanque, ele marcou média de 7,2 km/l na cidade e 11 km/l na estrada. Vale registro o fato de o sistema Start/Stop só funcionar quando o tanque conta com mais de 30% de gasolina na mistura de combustíveis. A injeção direta aplica combustível na câmara em alta pressão, e isso dispensa a necessidade do tanquinho para uma ajuda extra de gasolina na partida a frio.

Em resumo, o primeiro BMW com motor flexível pode não ter como forte argumento o quesito economia de combustível, mas a opção por um modelo desses é o carimbo para demonstração de apego ao meio ambiente e na contribuição pela sustentabilidade.