Lançamento

Chery lança o Celer, primeiro carro chinês feito no Brasil

Com preço a partir de R$ 38,9 mil, modelo chega com opções de carroceria hatch e sedã, duas versões de acabamento e motor 1.5 16V de até 113 cv

Qua, 15/04/15 - 03h00

Passados oito anos desde que os primeiros automóveis chineses desembarcaram no país, o primeiro deles enfim ganha cidadania brasileira. A primazia coube ao Celer, nas configurações hatch e sedã, que é produzido na fábrica que a Chery construiu em Jacareí (SP). Aliás, produzido não é o termo mais apropriado para o caso; montado soa mais justo, uma vez que, por enquanto, o índice de nacionalização do modelo é de apenas 35%, o que indica que a maior parte das peças utilizadas no processo de manufatura ainda vem de fora. O fabricante, contudo, espera dobrar esse número com o passar do tempo e planeja trazer, inclusive, fornecedores chineses para cá.

O Celer nacional não é um veículo inteiramente novo, projetado do zero. Grosso modo, é a mesma geração que era importada da China, com algumas evoluções. A mais evidente está no design, que foi alterado por um face-lift. Na dianteira, há novos para-choque, grade, faróis e capô. Na traseira, além do para-choque remodelado, destacam-se as lanternas com fitas de LEDs. No caso específico do sedã – que está mais para notchback, pois o vidro eleva-se junto com a tampa –, a Chery modificou também o formato das lanternas. Por dentro, o painel de toda a linha foi alterado e ganhou alguns elementos de estilo, como molduras hexagonais em torno dos instrumentos e ainda novos materiais de revestimento.

Motor mais potente

A Chery aproveitou ainda para dar uma recalibrada no motor 1.5 16V flex que equipa o Celer. Agora, são 113 cv com etanol e 109 cv com gasolina, a 6.000 rpm. Já os torque é de 15,5 kgfm e de 14,3 kgfm para os dois combustíveis, respectivamente. O câmbio, que é sempre manual de cinco marchas, teve os cabos de acionamento revistos, para diminuir o curso da alavanca durante os engates.

Por fim, os engenheiros da filial brasileira da marca recalibraram a suspensão, que ficou 1 cm mais alta, e adotaram um novo servo-freio, para tornar as respostas ao pedal mais imediatas.

Preços e versões

Até então vendido em versão única, o Chery Celer agora passa a oferecer duas opções de acabamento. A básica (que não tem sigla de identificação) vem de série com aparelho de som com rádio, MP3 player, entrada USB e dois alto-falantes, retrovisores, travas e vidros elétricos, computador de bordo, direção hidráulica, ar-condicionado e sensores de estacionamento traseiros. Os preços são de R$ 38,9 mil para o hatch e de R$ 39,9 mil para o sedã.

Já a top, batizada de Act, traz ainda sistema de som mais completo, com CD player e seis alto-falantes, navegador GPS, faróis de neblina, alarme e rodas de liga leve. Nessa configuração, o hatch custa R$ 40,9 mil, e o sedã, R$ 41,9 mil.

Impressões

Durante o test-drive com um Celer Act hatch, realizado em uma pista fechada, foi possível notar que as alterações mecânicas promovidas pela Chery foram bem-sucedidas. A suspensão proporciona boa estabilidade, a direção tem peso correto e os engates do câmbio realmente melhoraram. No desempenho, contudo, o modelo ainda deixa a desejar: as retomadas de velocidade, principalmente abaixo de 2.500 rpm, são lentas.

Outro ponto no qual o fabricante poderia ter caprichado mais é no isolamento acústico, pois é possível notar muitos ruídos aerodinâmicos, mesmo em velocidades moderadas. E o volante, apesar de ser regulável em altura, não proporciona boa pegada. Os bancos, por outro lado, agradaram: a espuma de densidade mais alta, adotada no Celer nacional, apoia bem o corpo. O acabamento também causou boa impressão, dentro da proposta do modelo. As peças internas, embora confeccionadas em plástico rígido, têm diferentes texturas e encaixes satisfatórios.

O jornalista viajou a convite da Chery

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