Avaliação

Com novos rivais, Duster vira boa opção de entrada

Utilitário-esportivo da Renault é menos refinado que os modelos mais recentes, mas tem bons espaço e preço

Sáb, 25/04/15 - 03h00

A chave do Duster cedido pela Renault para avaliação do Direção identificava o modelo como “fase 2”. Uma denominação honesta, visto que o utilitário-esportivo (SUV) da marca francesa não passou por nenhuma mudança significativa, o que é normal, já que o modelo está no meio de seu ciclo de vida.

O problema para ele é que a concorrência ficou qualificada. Se até o começo deste ano o grande concorrente do Duster era o Ford EcoSport, hoje, o segmento conta com mais três novos modelos de peso: Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008. Todos com projetos mais novos e mais refinados.

Dessa maneira, o SUV da Renault se coloca como uma opção de entrada para quem quer um carro desse tipo. E ele, que já tinha suas virtudes, está bem preparado para cumprir esse papel depois das atualizações que recebeu, que são principalmente estéticas, especialmente na frente, com nova grade e faróis – que incorporaram luz diurna. Atrás, as lanternas têm nova formatação interna.

Avaliamos a versão intermediária Dynamique 1.6 16V, que tem preço inicial de R$ 67.990. Com opcionais como a pintura metálica e o Pack Premium (que inclui controlador de velocidade e câmera de ré), o valor total é de R$ 70.540. O EcoSport com configuração semelhante (a Freestyle) tem preço inicial de R$ 71,9 mil. Esse é o preço das versões de entrada das novidades Renegade, HR-V e 2008, que pouco serão comercializadas.

Espaçoso

Mas, além do preço, o Duster tem outros bons atributos. O primeiro deles é o espaço interno. Com 4,33 m de comprimento, 1,82 m de largura, 1,68 m de altura e 2,67 m de entre-eixos (o maior da categoria), o SUV acomoda cinco pessoas bem. O único inconveniente é o cinto de segurança central no banco traseiro, do tipo subabdominal. Mas há encosto de cabeça para esse ocupante. O porta-malas também é bom, com 475 l de capacidade. A posição de dirigir seria melhor se o volante tivesse regulagem de profundidade. O comando de ajuste dos retrovisores elétricos também está mal-posicionado, embaixo da alavanca do freio de estacionamento.

O acabamento interno melhorou discretamente, mas chama a atenção a presença com o Media Nav Evolution. O sistema oferece acesso às informações de trânsito em tempo real e acesso a redes sociais, entre outros. Pena que a tela sensível ao toque de sete polegadas é posicionada baixo demais e quase sempre fica escondida atrás do braço do motorista. Além disso, o ângulo da tela favorece os reflexos e dificulta a visualização. Outra crítica deve ser feita ao limpador de para-brisa, que não tem opção de ser acionado para apenas uma varredura. É necessário ligá-lo e desligá-lo.

Dinamicamente, o Duster continua o mesmo carro, o que é bom, com comportamento bem próximo do de carros menores. O motor 1.6 16V manteve a potência máxima nos mesmos 115 cv, mas o torque máximo foi aumentado em 1 kgfm – agora são 14,6 kgfm em 2.500 rotações, ambos com etanol no tanque. Ainda assim oferece um desempenho apenas “ok”. Não é ruim, mas não é vigoroso e exige reduções constantes do câmbio manual de cinco marchas, este com bons engates, principalmente se considerarmos o histórico da Renault nesse quesito. O isolamento acústico também é bom.

Economia

O Duster 1.6 16V recebeu classificação A no programa de etiquetagem do Inmetro na categoria. O consumo aferido com etanol foi de 6,8 e 7,3 km/l na cidade e na estrada, respectivamente. Com gasolina, os valores são de 9,6 e 10,6 km/l nas mesmas condições. Há ainda o modo Eco, que, de acordo com a Renault, se acionado, reduz o consumo em 10%.

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