Avaliação

Conforto extra com bom custo-benefício

Volkswagen Gol com câmbio automático e motor 1.6 de 120 cv tem preço competitivo, porém oferece só equipamentos básicos de série

Por Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2018 | 03:00
 
 
A cor sólida Vermelho Flash acrescenta outros R$ 470 ao preço do hatch Foto: Volkswagen/divulgação

Que os carros automáticos definitivamente conquistaram os brasileiros não resta mais dúvidas. Para se ter uma ideia, no ano passado, mais de 40% das vendas de veículos novos no país foram de modelos sem o pedal de embreagem. E a expectativa é que, até o fim de 2020, eles representem 60% do mercado nacional. Pouco a pouco, até os modelos de entrada vão se adaptando à nova realidade do nosso mercado, que também ficou mais exigente. Os controversos câmbios automatizados vão ficando para trás e dão lugar às caixas de transmissão 100% automáticas, com conversor de torque.

O mais recente exemplo é o VW Gol, que depois de 38 anos de história, ganhou em agosto sua primeira versão automática. A nova opção sai por R$ 54.580 e pinta com uma boa relação custo-benefício, sobretudo se comparado aos principais concorrentes. O Gol automático é equipado com o motor MSI 1.6 flex herdado da versão Rallye, com 120 cv de potência e 16,8 kgfm de torque (com etanol). A transmissão automática de seis marchas é moderna, a mesma do Polo e do Golf.

Sutilidades

Com a chegada do câmbio automático, a Volks tentou dar uma remoçada no Gol, mas o visual continua praticamente o mesmo. Na frente, o capô ficou mais alto com duas linhas que se conectam aos faróis, também maiores.

O logotipo da Volkswagen na grade agora fica todo fora do capô. O para-choque dianteiro traz entradas de ar na parte inferior e linhas geométricas. Os faróis de neblina têm novo desenho em formato trapezoidal. Atrás, a única novidade é a inscrição MSI com a plaquinha “Automatic” logo embaixo.

Quem está acostumado àquela velha lógica de que carro automático é muito bem-equipado é melhor desde já repensar os conceitos. O Gol automático deixa isso bem claro. A lista de equipamentos de série da versão é bem enxuta. Estão lá ar-condicionado, direção hidráulica, banco do motorista com ajuste de altura, suporte para celular com entrada USB, rádio, travamento elétrico das portas, vidros dianteiros com acionamento elétrico e rodas aro 15 de aço com calotas.

 

Desempenho surpreendente

Na cidade ou na estrada, o casamento entre motor e câmbio do Gol chamou atenção pela harmonia do conjunto. As trocas automáticas de marcha são rápidas, e o propulsor mostra disposição de sobra.

Foi uma experiência curiosa dirigir um Gol com uma pitada de esportividade, jogando marcha pra baixo ou pra cima por meio das borboletas atrás do volante. O curto delay entre o comando e a resposta do câmbio não prejudica o desempenho. Arrancadas, retomadas e ultrapassagens são ágeis. A suspensão do hatch segue com um ajuste mais firme e com um bom equilíbrio garantindo a estabilidade.

Em manobras de estacionamento, porém, faz falta a direção elétrica, que é muito mais leve que a arcaica direção hidráulica ainda mantida no Gol. Uma mancada da marca alemã, para não dizer outra coisa. Por outro lado, os sensores traseiros (opcionais) são uma mão na roda. A média de consumo, com gasolina, foi de 10,8 km/L na cidade. Número bom para um carro com motor 1.6.

Será que vale a pena?

Apesar do câmbio moderno, o Gol segue com um acabamento aquém da qualidade de outros produtos da Volkswagen. Por dentro do hatch, predominam os plásticos rígidos por toda parte. Tudo aparenta estar bem encaixado, mas com uma aparência pobre para um modelo de quase R$ 60 mil. 

Quem não se importa com câmbio automático pode até partir para a compra de um VW Polo 1.6 manual, por exemplo, que custa R$ 57.190 hoje.

 

Com os opcionais, preço sobe mais de R$ 5.000

Com todos os equipamentos opcionais, a versão fica R$ 5.100 mais cara. Isso inclui alarme, chave tipo canivete com controle remoto, retrovisores e maçanetas pintados na cor do veículo, grade do radiador em preto ninja e retrovisores elétricos com função tilt-down e repetidores de seta integrados.

O kit vem ainda com sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos dianteiros e traseiros, destravamento elétrico da tampa traseira pela chave e coluna de direção com ajuste de altura e distância, entre outros.

A unidade que testamos também tinha a conhecida central multimídia Composition Touch, que agrega computador de bordo e volante multifuncional, além de ser compatível com Android Auto, Apple CarPlay e Mirrorlink.

Ficha técnica

Motor

1.6 16V flex, quatro cilindros em linha

Potência máxima

110 cv e 120 cv a 5.750 rpm com gasolina e etanol

Torque máximo

15,8 kgfm e 16,8 kgfm a 4.000 rpm com gasolina e etanol

Peso

1.040 kg

Porta-malas

285 L