Moto

Mais eficiência para frear na terra e no asfalto

Na linha 2018, Honda NXR 160 Bros ganha novo visual e sistema de freios combinados especialmente desenvolvido para utilização off-road

Qua, 11/10/17 - 03h00

Uma determinação do Contran torna obrigatórios freios “inteligentes” para 60% das motos vendidas em 2018 e 100% em 2019 – ABS ou combinados até 300 cm³ e sempre ABS a partir daí. E isso fez a Honda se mexer. Como as vendas da marca se concentram em modelos de baixa cilindrada, a fabricante se viu obrigada a criar soluções que não prejudicassem a competitividade de seus modelos de maior volume. Por isso, apresentou, há dois meses, sistemas de freios combinados para a linha CG 160, que atuam tanto sobre freios a tambor na frente e atrás, como na CG Start; sobre freios a disco na frente e tambor atrás, como na Fan; e sobre freios a disco na frente e atrás, como na Titan. Mas restava uma última motocicleta com motorização de 160 cm³, a Bros.

Só que o modelo tinha uma questão adicional. Como é on/off road, seria necessário um sistema diferente, que se adaptasse tanto ao asfalto quanto aos pisos de terra, com baixo nível de aderência. Foi esta solução que a Honda apresentou para a linha 2018 da Bros de topo, com freios a disco nas duas rodas. E aproveitou a ocasião para apresentar um novo grafismo para a versão, bem mais esportivo, e uma nova balança para a suspensão traseira, em aço, mais resistente.

Característica própria

Normalmente, um sistema de freios combinados apenas distribui a força de frenagem entre as rodas quando o pedal de freio é acionado – sem o CBS, ele atua apenas na roda traseira. Já a Bros responde a esse tipo de frenagem de maneira diferente. Mais que distribuir a pressão, o freio dianteiro é acionado com um pequeno delay e apenas com 30% da capacidade. A ideia é evitar que a frente da moto mergulhe.

A lógica é a seguinte: quando a frente “afunda”, o peso é transferido para a roda dianteira, o que tira a eficiência da suspensão, e a roda traseira perde pressão, trava com facilidade e acentua a perda de estabilidade, com a derrapagem para os lados. Com a frenagem primeira atrás, a traseira “assenta” no chão e reduz a tendência da moto de “rabear”. Uma outra vantagem do sistema é sua robustez, já que tudo é feito por meio de sistemas hidráulicos e mecânicos, sem envolver eletrônica.

 

Sem deslizes durante a pilotagem

De cara, é o novo visual da Honda NXR Bros 160 que chama atenção. De perfil, a aplicação de cores divide o modelo horizontalmente. No tanque e nas aletas laterais, a palavra “Bros” é estampada em letras garrafais na cor predominante. O tanque na carenagem do farol ficam na segunda cor – no caso, branco ou preto. Para-lamas, tampas laterais e rabeta também são na cor principal. Com essas alterações, o modelo parece ter ficado mais comprido e mais moderno. O painel de instrumentos, em cristal líquido, virou blackout, com fundo escuro e números claros, o que facilita a leitura. Continua, porém, sem o tacômetro.

Em movimento, pouco se pode notar de diferente no modelo 2018. O motor de 160 cm³ consegue movimentar bem o modelo, mas sem qualquer arroubo esportivo. Na hora de parar, no entanto, o novo sistema de freios combinados, Combi Break, faz muita diferença. Numa época em que quase todos os recursos mais refinados recorrem à eletrônica, fica até difícil acreditar que no sistema da Bros é usada apenas a hidráulica e mecânica básicas.

No asfalto, durante uma frenagem normal, a sensação ao se acionar o freio traseiro é de um maior equilíbrio, pois o peso do piloto não é transferido para a frente com tanta força, como normalmente acontece. Mas é nas frenagens mais fortes ou nas feitas em terrenos de baixa aderência que faz diferença esse novo sistema. O atraso na entrada em ação do freio dianteiro evita que a roda traseira perca a aderência com muita facilidade. E mesmo quando ela trava, a tendência de escorregamento é em linha reta, sem desvios acentuados. A Honda encontrou para a on/off Bros uma solução eficiente e simples. Exatamente como as boas ideias costumam ser.

 

Motor monocilíndrico não sofreu alterações

O propulsor flex de um cilindro que equipa a Honda NXR Bros 160 sofreu apenas uma única mudança: ganhou um novo sensor de oxigênio, mais preciso, que permite explorar melhor a potência sem extrapolar as regras de emissões. No mais, ele mantém as mesmas características, com 162,7 cm³, arrefecimento a ar, injeção eletrônica, comando de válvulas simples no cabeçote e balancins roletados. Esse motor rende 14,5/14,7 cv e 1,46/1,60 kgfm com gasolina/etanol.

O preço da versão ESDD é de R$ 11.990, enquanto a opção básica, sem discos ou sistema CBS, fica em R$ 10.190. A garantia de fábrica é de três anos.

Ficha técnica

Motor: 0,163 L, quatro tempos, com um cilindro e duas válvulas, arrefecido por ar.

Potência: 4,7 cv a 8.500 rpm

Torque: 1,6 kgfm a 5.500 rpm

Câmbio: manual de cinco marchas.

Tanque de combustível: 12 L

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