A inauguração do complexo industrial da Nissan, nesta terça-feira, 15, em Resende (RJ), reforça a aposta da marca japonesa no mercado brasileiro. A meta da companhia é passar dos atuais 2% em participação de mercado para 5% em 2016. Os executivos da montadora acreditam ser possível chegar lá mesmo com a economia crescendo pouco, com o mercado estagnado e sem novos incentivos por meio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os carros.
O tamanho da nova fábrica, com capacidade de produção de 200 mil veículos e 200 mil motores por ano, mira justamente nos 5% de participação. Ocupando 3 milhões de metros quadrados à margem da Rodovia Presidente Dutra, o complexo industrial recebeu investimentos de R$ 2,6 bilhões, para integrar todas as etapas da produção de carros, incluindo desde o corte das placas de aço até os serviços de estamparia e pintura. "Não estamos investindo para os próximos seis meses. Estamos investindo para os próximos dez anos", afirmou o presidente mundial da aliança Renault-Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, respondendo a uma pergunta sobre os motivos que justificam o investimento bilionário, mesmo num cenário de baixo crescimento na economia brasileira.
A fábrica de Resende começará produzindo o New March, com motor 1.6 16 válvulas e flexfuel. Em seguida, começará a ser produzido o Versa, modelo que, assim como geração anterior do March, é importado do México. Atualmente, a Nissan produz 59 mil unidades ao ano na fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR), onde são feitos a picape Frontier e o Livina. Os dois modelos permanecem sendo fabricados por lá - segundo Ghosn, não há nada definido, mas nada impede que motores feitos no Paraná sejam trazidos para os carros montados em Resende e vice-versa.
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