Avaliação

Novo Chevrolet Tracker em teste

Super Motor avalia a versão top de linha do novo SUV Tracker, da Chevrolet, que está de volta ao jogo e parte com tudo para cima de seus concorrentes

Qui, 09/07/20 - 14h57

Renovado a partir do zero, o Tracker, SUV da Chevolet, teve seu lançamento mantido mesmo com o advento da pandemia, no meio de março, o que fez com que sua chegada ao mercado se desse de forma silenciosa.

Até hoje é raro de se ver um modelo na rua, apesar das concessionárias estarem com vendas digitais ativas. Mas isso não acontece por culpa do produto, que tem muitos predicados para fazer o sucesso no mercado que seus irmãos, das duas gerações passadas, não conseguiram.

Um parêntese, os modelos que antecederam chegavam ao Brasil importado. Isso os impediu de concorrerem de igual para igual, uma vez que com os volumes menores, a concorrência, que é muita acirrada neste segmento, ficou comprometida.

Nossa reportagem avaliou a versão top de linha, Premier, que estreia o novo motor 1.2 litros, turbo, de 133 cavalos, completa, com todos os acessórios e que tem preço sugerido em R$ 112 mil.

Munição

O esportivo utilitário desembarcou por aqui, pela primeira vez, em 2013 e passou por um facelift de meia vida, quatro anos depois, em 2017, quando se atualizou e passou a ter maiores chances de concorrer em um mercado cada vez mais competitivo.

Mas ainda era pouco, principalmente pelos baixos volumes que eram importados do México, que não contribuía para que o modelo pudesse disputar de igual para igual com seus pares.

Agora tudo mudou, o Chevrolet Tracker chega bem municiado, tanto em relação à atualização de seu design, passando pela conectividade embarcada e chegando até aos propulsores, que entregam potência, economia e eficiência energética.

Prejuízo nas vendas

Não há como negar a desvantagem da Tracker, em relação à suas vendas, quando comparada à picape Nova Fiat Strada e ao primeiro SUV Cupê do mercado, o Nivus, da VW, ambos lançados, comercialmente, há pouco menos de duas semanas, quando o efeito da quarentena e seus protocolos, entre eles o home oficce, já faziam parte da vida dos consumidores.

Voltando ao SUV da Chevrolet, ele, assim como seu irmão menor, o Onix Plus, sai de fábrica conectado com internet wi-fi, em um pacote que é liberado pelos primeiros três meses depois de adquirido e se houver interesse na continuidade, o proprietário pode optar por uma renovação da assinatura.

Sem previsão

Com o abre e fecha de comércios nos mais variados estados do país, não se pode afirmar quando, de fato, o Tracker entra no jogo da disputa por uma fatia do bolo mais cobiçado atualmente pelos fabricantes, o dos esportivos utilitários.

Enquanto isso não acontece podemos antecipar nossas impressões a bordo do SUV. Como dissemos, acima, nosso teste foi com o modelo Premier, sempre com propulsor turbo de 1.2 litros e câmbio automático de seis velocidades.

Vale lembrar que além dele a Chevrolet oferece a opção 1.0 turbo de até 116 cv, exatamente o mesmo que empurra o Onix, modelo bem mais leve, esta versão pode vir equipada com a transmissão manual.

Evolução

Antes de tudo é bom esquecer tudo que você viu, ouviu e leu sobre a história da Tracker no Brasil, até agora, este modelo é uma pagina virada, o começo de um novo capitulo.

É notória a evolução em todos os sentidos, começando pelo que os olhos enxergam primeiro, o design, com destaque para as luzes diurnas de LEDs e piscas em formato vertical.

Contudo, não custa lembrar que mesmo de última geração e moderno, o atual motor tem 20 cv a menos de potência do utilizado até o ano passado no modelo, o mesmo do Cruze, de 1.4 litros e 153 cv. A compensação vem no peso, menor na linha atual.

Ânimo

O novo motor responde rápido ao menor toque no pedal direito, mostra vigor desde as primeiras rotações, transmite segurança em ultrapassagens e se destaque pela economia.

Um pecado original é a ausência das aletas atrás do volante para troca das marchas, faz falta, para que curte uma tocada mais “esportiva” e como mais personalidade, de toda forma um botão acoplado na alavanca do câmbio permite esta possibilidade, mas longe de experimentar a mesma sensação das borboletas.

Equipamentos

O modelo testado sai de fábrica com seis airbags, alarme, assistente de partida em rampas, controles de tração e estabilidade, faróis e lanterna de neblina, indicador de vida útil do óleo, luz de condução diurna, regulagem de altura dos faróis, fixação de cadeiras infantis Isofix e Top Tether, ABS, maçanetas e rack do teto em preto, maçanetas internas em prata, rodas de 17" em alumínio, ar-condicionado, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, computador de bordo com informações de viagem, veículo e consumo.

Completam a lista: direção elétrica, espelhos retrovisores externos elétricos em preto, câmbio automático de seis marchas, travas elétricas, vidros elétricos com acionamento tipo um toque e antiesmagamento, cobertura do porta-malas, banco traseiro bipartido, sistema multimídia MyLink com tela de 8" com espelhamento de smartphones por Apple CarPlay e Android Auto, USB para o banco traseiro, painel de instrumentos com tela de 3,5", volante com comandos de som, OnStar e conexão 4G a bordo.

Rodar macio

Bom acerto de suspensão que é independente na frente e eixo de torção atrás e a direção elétrica com ajuste de altura e profundidade, contribuem para uma boa dirigibilidade.

Segundo a Chevrolet a média de consumo é de 7,7 km/l na cidade e 9,6 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, a média é de 11,2 km/l (urbano) e 13,5 km/l (rodoviário). Em resumo o novo Chevrolet Tracker agrada no acabamento, nível de equipamentos, motor e transmissão, ainda que fique devendo as borboletas.

Em relação ao conforto, quatro passageiros viajam bem, com cinco ocupantes, só mesmo um sendo criança para seguir nesta lógica. Ao fim e ao cabo, a Chevrolet está de volta a “briga” e assim que a normalidade se estabilizar, seu modelo de combate tem tudo para enfrentar seus concorrentes de igual para igual. 

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