Lançamento

Novo Polo não veio para brincar

Hatch da Volks faz sua estreia no mercado brasileiro em quatro versões e três motorizações diferentes

Qua, 27/09/17 - 03h00

Desde 2014, o Polo não era oferecido no Brasil. O novo hatch que a Volkswagen lança agora tem muito pouco em comum com o antecessor em termos de projeto: está duas gerações à frente (houve uma safra intermediária na Europa, que não deu as caras por aqui), foi projetado a partir do zero e utiliza motores que, apesar de já conhecidos, são bastante recentes. Porém, quanto ao posicionamento no mercado, os dois têm muito em comum: assim como o antecessor, o modelo recém-lançado se propõe a oferecer um padrão de construção elevado e a ser a última opção na gama da marca alemã antes do Golf. Compacto sim, mas popular, não.

É verdade que o novo Polo nem é lá tão compacto: tem 4,06 m de comprimento e 2,56 m de distância entre-eixos, o que faz dele um dos mais corpulentos da categoria. Isso é fruto da utilização da plataforma modular MQB, na qual se baseiam vários modelos da Volkswagen, inclusive o atual Golf, que não poderia ser encolhida em demasia. O fabricante afirma que a estrutura do modelo nacional é idêntica à do similar europeu, com direito à utilização de aços e alta e ultraresistência e de soldas a laser. Esses recursos são responsáveis, em grande parte, pelo elevado grau de segurança que o hatch oferece em colisões: foi classificado com a nota máxima de cinco estrelas na proteção a ocupantes adultos e a crianças nos crash tests realizados pelo Latin NCAP, além do prêmio Advanced Award na proteção a pedestres, em caso de atropelamento.

Bem parecidos

Visualmente, os modelos brasileiro e alemão são bastante parecidos, mas não iguais: o para-choque dianteiro foi modificado e adotou uma entrada de ar mais pronunciada. A suspensão do Polo nacional também foi modificada: embora mantenha a arquitetura do tipo McPherson na dianteira e barra de torção na traseira, o conjunto foi elevado em 20 mm.

O Polo de geração anterior chegou a ter uma versão 1.0 por alguns meses. O novo tem duas motorizações com essa cilindrada, ambas com três cilindros e 12 válvulas. A diferença é que primeira, que equipa a versão de entrada do carro, tem motor aspirado, que desenvolve 75 cv de potência com gasolina e 84 cv com etanol. O torque é de 9,7 kgfm com o derivado do petróleo e de10,4 kgfm com o combustível vegetal. O câmbio é sempre manual de cinco marchas. Já a segunda, presente nas variantes mais caras e batizada de TSI 200, em alusão ao torque máximo categorizado em N/m, tem injeção direta e turbo, que fazem-no gerar 116 cv com gasolina e 128 cv com etanol, além de 20,4 kgfm com os dois combustíveis. Nesse caso, a única transmissão disponível é a automática de seis velocidades.

Há ainda uma opção intermediária de propulsor: 1.6 16V aspirado, de quatro cilindros, de 110 cv ou 117 cv e 15,8 kgfm ou 16,5 kgfm, respectivamente.

O jornalista viajou a convite da Volkswagen

Segurança

Quatro airbags são item de série

Desde a versão de entrada, o modelo traz de série quatro airbags (dois frontais e dois laterais), fixação Isofix com top tether para cadeirinhas infantis, controle de tração, apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos os ocupantes do banco traseiro, direção elétrica, computador de bordo, banco do motorista com ajuste de altura, ar-condicionado manual e sistema de som com rádio, porta USB e bluetooth. Controle de estabilidade, rodas de liga leve aro 15 e central multimídia com tela touch, são opcionais da versão.

Comfortline

Custo-benefício interessante

Na versão Comfortline 1.0 TSI, todos os itens opcionais da versão de entrada são de série e acrescenta ainda: sensor de ré, assistente de partida em rampa, freios a disco nas quatro rodas, descanso de braço, saídas de ar-condicionado e entrada USB traseira, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, banco traseiro bipartido retrovisores elétricos com função tilt-down. Entre os opcionais, há rodas de 16 polegadas, chave presencial, câmera de ré, retrovisor eletrocrômico e paddle shifts, entre outros.

Lista de preços

Polo 1.0 MSI. R$ 49.990

Polo 1.6 MSI. R$ 54.990

Polo Comfortline 1.0 TSI. R$ 65.190

Polo Highline 1.0 TSI. R$ 69.190

Painel digital entra por R$ 4.500

Só na versão top. A versão mais cara do Polo, a Highline, vem com todos equipamentos da configuração Comfortline, e acrescenta ainda: ar-condicionado digital, banco do passageiro frontal rebatível, luzes diurnas de LEDs, lanternas traseiras escurecidas, porta-luvas refrigerado e rodas de 16 polegadas. Há ainda opcionais exclusivos como revestimento interno em couro sintético (R$ 800). O kit Tech High inclui câmera de ré, central multimídia com GPS e outros (por R$ 2.800). E, por fim, o kit Technology Pack, que substitui os instrumentos analógicos do painel por uma tela digital configurável de 10,2 polegadas, além de rodas de liga leve de 17 polegadas (R$ 4.500).

 

Consumo recebeu nota A

Todas as versões do novo Polo receberam nota A em consumo de combustível, segundo os critérios de aferição do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, do Inmetro. A versão 1.0 aspirada faz 13,5 km/L em percurso combinado de cidade e estrada, com gasolina no tanque, ao passo que, com etanol, a média é de 9,3 km/L. Já o 1.6 obteve 12,8 km/L e 8,7 km/ nas mesmas condições, respectivamente. Por fim, o 1.0 TSI 12,6 km/L e 8,7 km/L, nesta ordem.

Revisões

Toda a gama do Polo tem garantia de três anos sem limite de quilometragem. As seis primeiras revisões, feitas a cada 10 mil km ou um ano (o que ocorrer primeiro), têm preços fixos. O novo Polo ganhou nota 10 em custo de manutenção em caso de acidentes, segundo Cesvi.

 

Acabamento interno surpreende

No primeiro contato, o novo Polo agradou. O interior tem acabamento simples, mas bem cuidado: não há os materiais emborrachados presentes no Golf, pois os plásticos são rígidos, embora transmitam qualidade.

O espaço interno é satisfatório para um compacto, suficiente para que quatro adultos se acomodem com conforto. O porta-malas, que tem 300 L, segundo o fabricante, também é coerente para a categoria.

A reportagem do Super Motor experimentou a versão Comfortline por um breve percurso de aproximadamente 40 km. A motor 1.0 TSI puxa o hatch com muita disposição e trabalha em sintonia com o câmbio automático de seis marchas.

A direção, elétrica, é muito precisa, e a suspensão proporciona boa estabilidade. O rodar é sólido e confortável. Durante o percurso, foi possível notar também o bom isolamento acústico e a ausência de vibrações do motor a bordo, o que nem sempre acontece em veículos equipados com propulsores de três cilindros.

Os bancos ergonômicos e a boa posição de dirigir completam a atmosfera agradável a bordo do Polo.

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