Avaliação

O carro-chefe da Mercedes 

C 200 Avantgarde, modelo premium mais emplacado em 2015, mostra por que é peça-chave para a marca alemã

Dom, 14/02/16 - 03h00

A Mercedes-Benz não tem do que reclamar do Brasil. A marca alemã fechou o ano passado com crescimento de 47% em relação a 2014. Foram 17.525 automóveis emplacados, sendo 7.532 deles unidades do sedã Classe C. O carro é o mais vendido pela Mercedes-Benz e acabou 2015 como o veículo com maior número de emplacamentos em todo o segmento premium. Deste total, 2.316 exemplares foram na configuração intermediária, C200 Avantgarde, o que equivale a 30,7% de todos os Classe C vendidos e 13,2% de todos os modelos da marca entregues a consumidores do Brasil.

Os números são condizentes com a proposta da fabricante germânica para o novo Classe C. Quando foi lançada na Europa, em março de 2014, sua quinta geração recebeu o apelido de “Pequeno Classe S”. Isso em função da intenção de oferecer no modelo médio boa parte das vantagens do sedã grande top de linha da Mercedes. Para isso, a marca apostou em boa tecnologia embarcada e acabamento superior ao que entregava. Como versão intermediária, a C 200 Avantgarde não é a que mais expressa essa condição de requinte, mas já se mostra fiel à proposta.

Apesar de cada vez mais frequente nas ruas, o Mercedes-Benz Classe C ainda chama atenção por onde passa. O modelo ganhou um design que manteve o visual clássico do sedã médio alemão, mas inseriu também a ideia de contemporaneidade e esportividade que a marca tem adotado em seus carros. Mas, verdade seja dita, os olhares em direção ao veículo partem, principalmente, dos pedestres e motoristas mais experientes.

O padrão do acabamento foi aprimorado, com a adoção de revestimentos mais sofisticados, que misturam materiais suaves ao toque e couro pespontado em branco. A configuração Avantgarde mescla certa esportividade, com cromados em aspecto de alumínio escovado e componentes em preto. Os bancos são confortáveis e aconchegantes, e o espaço interno é farto para transportar quatro pessoas. Há bons nichos para guardar objetos de uso frequente, e o porta-malas carrega 480 l.

O primeiro contato com o carro causa estranhamento. A começar pela alavanca do câmbio, que no C 200 Avantgarde é uma haste posicionada atrás do volante. É charmoso, mas pouco prático. Principalmente nas manobras de estacionamento.

Em movimento, já se espera de um Mercedes-Benz certo vigor. No C 200, o motor 2.0 rende 184 cv e 30,6 kgfm de torque, disponíveis a apenas 1.200 rpm. Com isso, arrancadas e retomadas são eficientes em qualquer faixa de giro. O câmbio de sete marchas consegue arrancar do propulsor um desempenho bem convincente, com respostas rápidas e sem vacilos. Ao se optar pelas trocas manuais, por meio de aletas no volante, a direção se torna ainda mais instigante e prazerosa. Isso, é claro, quando se tem o caminho livre para explorar os predicados do trem de força.

A suspensão também surpreende. O comportamento em curvas, em velocidades elevadas, é neutro e, muitas vezes, faz as estradas parecerem menos sinuosas do que de fato são. A tração traseira reforça a esportividade do sedã, e os sistemas eletrônicos, nada intrusivos, ampliam ainda mais a estabilidade.

Jogo rápido

Valor. O Mercedes-Benz C 200 Avantgarde custa R$ 164,9 mil. Os principais concorrentes são o Audi A4, que, na versão top, sai a R$ 150.190, e o BMW 320i Sport ActiveFlex, que tem preço sugerido de R$ 163.950.


Pacote tecnológico recheado

Na parte tecnológica, o start/stop de série para toda a linha da Classe C, e a direção, que antes era hidráulica, passou a ser eletromecânica. Também é de fábrica um sistema que distribui a força de frenagem entre as rodas de cada eixo, conforme a situação. A C 200 Avantgarde recebe ainda o Active Park Assist, que praticamente estaciona o veículo sozinho, e um alerta que deduz se o motorista apresenta fadiga ou sonolência a partir de seu comportamento na direção. O sedã também oferece cinco modos distintos de condução: Comfort, ECO, Sport, Sport + e Individual – esse último, personalizável, de acordo com a vontade do motorista. A central multimídia não tem tela touch, mas permite acesso à internet. 

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