Lançamento

Para o JAC T6, tamanho é documento

Marca estreia no segmento de SUVs no Brasil com o médio T6, que tem preço competitivo mesmo diante de rivais menores

Por Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2015 | 03:00
 
 
JAC T6 Foto: Raphael Panaro/CZN

A JAC Motors resolveu entrar no movimentado mercado dos utilitários-esportivos (SUVs) e lançou o T6. E o “coelho da cartola” da JAC é oferecer um carro com “preço de compacto e o porte de médio”. Ou seja, na prática, o T6 vai brigar na tabela de preço com Ford EcoSport, Renault Duster e “trupe”. A favor terá o tamanho semelhante ao de Kia Sportage, Hyundai ix35 e Honda CR-V.

Desenvolvido no Centro de Design da JAC Motors em Turim, na Itália, o T6 tem dimensões maiores que todos os novatos concorrentes. Perde apenas para o Renault Duster na distância entre eixos – 2,64 m contra 2,67 m. O modelo chinês possui 4,47 m de comprimento, 1,84 m de largura e 1,67 m de altura. A capacidade do porta-malas é de 610 l. O T6 também vem com algumas sofisticações técnicas. A suspensão é independente, e os freios trazem disco nas quatro rodas. As rodas, de série, são de 17 polegadas, e a direção tem assistência elétrica.

A JAC Motors quer arrancar 1% do mercado brasileiro total de SUVs com o T6 e licenciar 400 unidades por mês em 2015. E, para isso, a marca chinesa vai apostar em preço e dois pacotes de opcionais. A versão de entrada começa em R$ 69.990 e traz, de série, rodas de 17 polegadas com pneus 225/60, freios a disco nas quatro rodas, monitoramento de pressão dos pneus, faróis de neblina, sensores de estacionamento traseiros, rádio com CD/MP3 e entrada USB, seis alto-falantes, acionamento automático de faróis, computador de bordo, ar-condicionado automático e ajuste de altura do volante, além de airbags frontais e freios ABS obrigatórios.

Quando o preço pula para R$ 71.990, o T6 ganha o chamado Pack 1, que adiciona barras longitudinais no teto, retrovisores pintados na cor da carroceria, maçanetas e frisos laterais cromados e retrovisores com rebatimento elétrico. Segundo a fabricante, essas duas configurações juntas vão representar apenas 10% do “mix”. A grande aposta da JAC é a versão de R$ 75.670 – batizada de Pack 2 –, que tem projeção de abocanhar 90% dos emplacamentos. Ele adiciona ao Pack 1 câmera de ré e sistema multimídia.

Diferencial

O “gadget”, aliás, é a grande vitrine tecnológica do T6. Ele possui conexão HDMI, bluetooth, MP3 e entradas USB/SD/AUX. Tudo gerenciável por uma tela sensível ao toque de sete polegadas. Mas talvez a grande novidade é a função “link”. Ela permite conectar, espelhar e operar todas as funções de smartphones ou tablets. Em aparelhos com sistema operacional Android, o “link” funciona plenamente. Já para o iOS só o espelhamento está disponível.

Para mover o T6, a JAC colocou sob o capô um motor 2.0 l flex com comando de válvulas variável. O propulsor é capaz de fornecer 155 cv e 20 kgfm de torque quando abastecido com gasolina. Com etanol no tanque, os números sobem para 160 cv a 6.000 rpm e 20,3 kgfm de torque a 3.500 giros. Dotado desse trem de força, o T6 acelera de 0 a 100 km/h em 12,2 s e atinge a velocidade máxima de 186 km/h.

Impressões

Em um primeiro contanto visual com o JAC T6, já é possível notar que o utilitário chinês realmente tem dimensões mais avantajadas que seus concorrentes. Dentro, a comprovação. O T6 oferece um amplo espaço para o motorista e passageiros. Atrás, a situação é a mesma. Os ocupantes desfrutam de certo conforto, mesmo com a presença de um terceiro elemento. Já o acabamento do habitáculo é dominado por plásticos. Apesar de abundantes, eles são, na maioria, pretos – alguns brilhantes – e conferem um aspecto sóbrio ao interior. A tela do sistema multimídia é bem legível e intuitiva. O mesmo não pode se dizer do velocímetro e do tacômetro, que têm números pequenos e difíceis de enxergar.

Durante o test-drive de quase 200 km – entre ida e volta de São Paulo à estância turística de Itu – o JAC T6 foi honesto. Os máximos 160 cv de potência extraídos do motor 2.0 l VVT são superlativos na teoria. Na prática, a força se mostra apenas capaz de não sofrer muito ao mover os 1.505 kg do SUV. Abaixo dos 3.000 giros, o desempenho é murcho. Mas conforme a escala do conta-giros sobe, o T6 ganha vitalidade. Dignos de nota são os engates da transmissão manual de cinco marchas. Eles são precisos e fazem um barulho de trambulador agradável nas trocas.