Moto

Pioneira na onda do design retrô

Triumph Street Twin une linhas clássicas e tecnologia mecânica; preço de R$ 36,5 mil é o mais em conta entre os modelos com visual vintage à venda no mercado brasileiro

Qua, 08/02/17 - 02h00

Não é fácil disputar mercado com as marcas japonesas, que costumam unir custo e qualidade de construção de forma quase insuperável. A saída para as fabricantes europeias foi buscar características que as diferenciem, como luxo, design ou esportividade extrema. Mas isso as orientais também podem oferecer. O que as marcas nipônicas não têm é tradição. Foi a partir disso que a Triumph decidiu apostar, na virada do século, nas motocicletas retrô – no que foi seguida por Ducati e BMW.

Hoje, a empresa britânica tem no Brasil uma linha de modelos retrô que emplacou quase 500 unidades em 2016. Metade delas da nova Street Twin, que chegou ao mercado apenas em abril de 2016. Ajuda neste desempenho o fato de a Street Twin ser a mais barata entre as chamadas “clássicas modernas” da Triumph – custa R$ 36,5 mil. Mas o modelo tem outros atrativos além do preço.

Apesar de o nome fazer referência a um modelo criado em 1939, o visual reproduz as motos street dos anos 60 e 70. O telescópico coberto com sanfonas, o farol redondo preso por “orelhas”, o tanque em gota e o motor com aletas de dissipação de calor, apesar do sistema de refrigeração líquida. As cores também são bastante clássicas: vinho, prata e três tons diferentes de preto. Sempre combinando com as tampas laterais e o chassi de berço duplo em preto.

Toda a linha Bonneville, composta ainda pelos modelos T120 e Truxton, utiliza um novo quadro, em berço duplo e tem um bom nível de eletrônica embarcada. Como adotaram acelerador eletrônico – ride-by-wire –, foi possível implementar sistemas de auxílios dinâmicos, como controles eletrônicos de estabilidade e de tração. Mas, dependendo da posição do modelo na gama, estes sistemas têm mais ou menos recursos. Como é o modelo de entrada, a Street Twin dispõe apenas de controle de tração.

Mecânica

Na linha de modelos retrô da Triumph, a Street Twin é a que tem o menor motor. São 900 cm³ que rendem 55 cv, com um torque de 8,16 kgfm a apenas 3.200 giros – T120 e Truxton utilizam propulsores de 1.200 cm³. A suspensão é bem tradicional, como exige esse gênero de modelo. Na frente, garfos telescópicos com 120 mm de curso e na traseira um sistema bichoque , também com curso de 120 mm e ajuste na pré-carga da mola. Os freios são a disco simples ventilados nas duas rodas com ABS.

Uma das apostas da Triumph é na personalização. O modelo oferece três kits prontos, sem custo adicional: o despojado Scrambler, o agressivo Brat Tracker e o casual esportivo Urban. Cada um composto por elementos específicos como escapamento, banco, para-brisas, bolsa lateral, pedaleiras e guidom. Embora o visual básico da Street Twin seja dos anos 60, com os kits, ela pode ficar mais parecida com os modelos de anos próximos aos da Segunda Grande Guerra.


Ficha técnica

Motor: a gasolina, 0,9 L, dois cilindros paralelos e oito válvulas, refrigeração líquida.

Potência: 55 cv a 5.900 rpm.

Torque: 8,16 kgfm a 3.200 rpm.

Câmbio: Manual de cinco marchas com transmissão por corrente.

Pneus: 100/90 R18 na frente e 150/70 R17 atrás.

Visual antigo com ergonomia atual

Certamente, o segmento de motocicletas retrô vive de um certo modismo. Mas, por outro lado, são modelos que devolvem ao piloto uma relação mais prazerosa com o veículo. A Street Twin, por exemplo, tem um motor de 900 cm³ que rende apenas 55 cv de potência. Hoje, qualquer modelo com metade dessa cilindrada rende potência semelhante. Só que a ideia da Triumph era reproduzir uma sensação típica dos modelos de 50 anos atrás. Não é preciso uma moto nervosa e rascante para produzir diversão.

Essa personalidade da Street Twin está na forma como o propulsor vibra e ronca. As acelerações são uniformes e progressivas, e a resposta do motor às provocações no punho são imediatas. A suspensão bichoque na traseira permite que o modelo rebole um pouco nas curvas feitas de forma mais agressiva, mas basta enrolar um pouco mais o acelerador para neutralizar o efeito.

Um dos pontos altos da Street Twin é a ergonomia – pelo menos para motociclista com até 1,90 m. O guidom tem uma ótima posição, a altura para o solo é ótima, e o banco, bem confortável no uso urbano e em viagens curtas. Situações bem propícias para Street Twin oferecer grandes doses de diversão e charme.

---

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.

Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.