Lançamento

Repaginado, Tracker quer aparecer

Chevrolet traz do México versão 2017 do SUV compacto com mais conteúdo, novo visual e o mesmo motor 1.4 turbo do Cruze; preço se mantém em R$ 79.990

Por Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2017 | 03:00
 
 
Além da motorização, desenho frontal também foi herdado do médio Cruze Foto: Chevrolet/Divulgação

Houve um tempo em que o Ford EcoSport nadou de braçada. Não parava nos estoques das revendas, assim como pão quente quando sai do forno, sozinho, sem ninguém para incomodar. Vendeu tanto que se transformou em um case de sucesso. Mas, como tudo na vida passa, o jipinho não demorou a ganhar concorrentes. Primeiro a Honda, com o HR-V, depois a Jeep, com o Renegade, e assim outros foram aparecendo, e, hoje, esse é o segmento que mais cresce no mercado brasileiro. Estima-se que até o fim do ano, as vendas desses modelos representem 20% de participação total do mercado.

Para poder disputar em pé de igualdade com seus pares, a Chevrolet importa do México a versão repaginada do Tracker. Ele voltou a ser importado há quatro anos, mas, agora, com mais conteúdo e nova motorização, tem mais possibilidade de um bom desempenho nas vendas. O Super Motor conheceu de perto o que mudou no esportivo utilitário (SUV), que terá pela frente o grande desafio de conquistar um consumidor que cada vez mais conta com tantas opções na hora da escolha. O modelo já está à venda na rede Chevrolet em três versões de acabamento – motor e câmbio são comuns a todas. A de entrada, LT, custa R$ 79.990; a intermediária, LTZ 1, R$ 89.990; e a topo de gama, LTZ 2, com airbags de cortina laterais, sai a R$ 92.990.

Quase novo

Não é uma nova geração, já que o projeto se encontra próximo ao meio de seu ciclo de vida comercial, mas, sem dúvida, são muitas as alterações entre o modelo do ano passado e o que agora começa a ser comercializado. A começar pela nova dianteira, que segue o estilo dos outros carros da Chevrolet, com faróis mais afilados e com luzes de LED, grade maior e para-choque redesenhado. Atrás, muda o para-choque e as lanternas, que ganham LEDs nas versões LTZ.

O novo visual foi claramente inspirado nas linhas do Cruze, e é dele, também, que o Tracker herda uma de seus melhores atributos dessa geração: o motor 1.4 turbo flexível. Menor e mais moderno, o propulsor sobrealimentado desenvolve 153 cavalos de potência e 24,5 kgfm de torque. Para efeito de comparação do benefício que resultou a troca, o bloco antigo, de 1.8 L, rendia 144 cv e 18,9 kgfm de torque. O câmbio automático de seis marchas sofreu alterações de calibração para se adequar à nova motorização. Há também o sistema start-stop, que desliga o motor em paradas mais longa para economizar combustível.

O interior mudou quase que por completo – apenas o volante foi mantido. O quadro de instrumentos digital deu lugar a um convencional com uma tela de bom tamanho para o computador de bordo. No console central, a central MyLink de segunda geração está em posição mais alta e ladeada pelas saídas de ar-condicionado.

Luta pelo bronze

Predicados para desempenhar um bom papel o novo Tracker provou que tem, mas a limitação para importação dentro do que dispõe de sua cota (já importa o Cruze da Argentina) impede a Chevrolet de sonhar com altos volumes. Diante de tão boas qualidades, são até modestas as pretensões da montadora, e as 1.500 unidades mensais projetadas deverão ser facilmente vendidas, o que o posicionaria em terceiro lugar no segmento, atrás de Honda HR-V e Jeep Renegade.


Desempenho é grande atrativo

O test drive promovido pela Chevrolet, em Detroit (EUA), contou com cerca de 150 km, em trechos combinados de cidade e estrada, habitat perfeitos para convivência do Tracker, que segue sem o controle de estabilidade e tração, item já presente em muitos de seus concorrentes. Ao entrar no modelo, já se notam as mudanças, começando pela cabine, repaginada e agora com acabamento mais refinado. Uma faixa de fora a fora no painel, imitando couro, tem gosto duvidoso, mas as saídas de ar contornadas por cromados deram um “up” no visual interno.

Totalmente renovado, o quadro de instrumentos conta com mostradores analógicos, destaque, também para o alerta de ponto cego, para a câmera de ré com alerta de movimentação traseira e para o sistema de partida da ignição por botão. A direção elétrica progressiva e a nova calibragem para a suspensão deixaram o Tracker 2017 mais firmes, embora em nosso percurso de avaliação fosse maior a prevalência de muitas retas e poucas curvas, o que nos impediu de sentir melhor a estabilidade com as novas alterações.

O motor é mesmo um grande diferencial, combinado ao câmbio de seis marchas com trocas sequenciais. A fábrica divulga aceleração de 0 a 100 km/h em 9,4 s – com o motor 1.8 era 11,5 s –, e velocidade máxima é de 198 km/h.