Justiça

Acidentes aéreos reabrem feridas em famílias vitimadas no Brasil

Depois de quase oito anos, recurso no caso do voo 1907 da Gol ainda é analisado pelo STJ; caso prescreve em fevereiro de 2016

Por Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 | 22:44
 
 

Nas últimas semanas, o mundo inteiro acompanhou, o sumiço de aviões comerciais. No Brasil, essas notícias reabriram muitas feridas. Em 2006, o sumiço do Boeing da Gol do voo 1907 assombrou o país, até que, 48 horas depois, foi confirmado o acidente: o jato Legacy, pilotado pelos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, derrubaram o avião. A imprudência e imperícia dos dois causou a morte de 154 pessoas.

Próximo de completar oito anos do acidente, as famílias ainda esperam que a justiça brasileira confirme a sentença dos dois pilotos, além do aumento da pena. “Acompanhamos o trabalho do Ministério Público junto às instâncias judiciais e esperamos que a condenação seja confirmada para que eles possam responder pelos seus atos”, comenta Rosane Gutjahr, diretora da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907.

Atualização do caso

Em maio de 2014, a Subprocuradora-Geral da República, Lindôra Maria Araujo, pediu ao Superior Tribunal de Justiça a prisão preventiva para fins de extradição dos pilotos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, que respondem a processo criminal no Brasil.
          
Desde dezembro de 2006 os dois acusados estão em liberdade, vivendo nos Estados Unidos e mesmo tendo se comprometido a retornar ao Brasil e comparecer a todos os atos processuais, eles vêm se recursando a sujeitar-se à jurisdição do Brasil.
          
O advogado Eduardo Saldanha, Doutor em Direito Internacional, está representando a Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907 em diversas medidas internacionais. “Entendemos que o pedido de prisão preventiva visando a extradição dos réus é fundamental para garantirmos que eles venham a cumprir a pena estabelecida pela Justiça brasileira, e que temos meios legais, a partir dos Tratados Internacionais, para que eles sejam extraditados”, comenta.

Além do pedido de prisão preventiva para fins de extradição, em análise no STJ, as famílias também aguardam o julgamos dos recursos sobre a revisão de pena feitos ao tribunal.

Para as famílias a espera é longa e angustiante. “Em setembro completa-se oito anos do acidente e, até hoje, não conseguimos concluir o processo criminal. Esperamos que, no STJ, tenhamos mais sucesso e que essa etapa seja logo resolvida para que o processo possa ter a continuidade e consigamos ter a punição para os responsáveis, sabendo que o prazo de prescrição é fevereiro de 2016, nos causa muita angústia toda essa espera”, comenta a viúva, Rosane. “Não esperamos mais palavras de conforto, só esperamos que a justiça seja feita e vamos continuar lutando por ela”, finaliza.