Mackenzie

Alunas dão basta a abuso de professores machistas 

Universitárias espalham cartazes com frases ditas nas salas de aula em SP

Por Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 | 03:00
 
 
Frases de efeito. Cartazes com frases que foram consideradas ofensivas pelas universitárias reprodução facebook

São Paulo. Cansadas de ouvir comentários machistas em sala de aula, um grupo de alunas de Arquitetura da Universidade Mackenzie espalhou na terça-feira, 26, cartazes pela faculdade com frases preconceituosas que ouviram de professores.

“Agora vamos explicar de novo, porque a sala tem muitas meninas” e “seu trabalho está ruim, você podia pelo menos ter vindo com uma saia mais curta” foram algumas das frases que elas denunciam ter ouvido dos professores.

Lela Brandão, aluna de Arquitetura e uma das fundadoras do Coletivo Feminista Zaha, responsável pela ação, afirma que a intenção é alertar os professores que comentários machistas não serão mais tolerados. “Na nossa faculdade, a maior parte dos professores é homem, mas as mulheres são maioria entre os estudantes, e não vamos mais tolerar esse tipo de violência. Ficamos caladas por tempo demais.”

Lela disse que na quarta-feira, 27, após a exposição dos cartazes, alguns professores debocharam da ação. Segundo a estudante, os cartazes têm frases que foram ditas em sala de aula e ouvidas por mais de um aluno.

“Não divulgamos ou denunciamos os professores autores dessas declarações porque as atitudes machistas não são exclusivas. Elas estão institucionalizadas e generalizadas na universidade.”

Para Lela, a ação deve inibir os professores a fazerem novos comentários machistas, e a próxima ação das alunas será denunciar pontualmente cada novo episódio de discriminação. “A maioria dos professores é homem, mais velho, que tem a nossa admiração e usa sua posição para falar essas coisas. Para eles, as vezes é só uma brincadeira. Para nós, é uma violência.”

O coletivo surgiu há cerca de um mês, após um professor também do curso de Arquitetura ser denunciado pelas alunas por ter debochado em sala de aula das acusações de estupro contra o médico Roger Abdelmassih – preso em 2014 após ser condenado a 181 anos de prisão por 56 estupros.

Em nota, a universidade disse que o mural feito pelas alunas “demonstra a preocupação com o tema e a importância da discussão sobre intolerância no Brasil”. “O Mackenzie orgulha-se por formar cidadãos críticos e atuantes, que discutem os problemas do dia a dia da sociedade.”

Pai diz que aliciadora é ‘monstro’

Rio de Janeiro
. Um advogado e a professora de uma creche em Duque de Caxias, no Rio, investigados por aliciar crianças para abuso sexual na instituição da Baixada Fluminense, são suspeitos de fazer outras vítimas além das que aparecem em imagens apreendidas pela polícia. Os dois suspeitos aparecem em fotos e vídeos.

Segundo os investigadores, uma das vítimas do advogado foi a enteada da professora. O marido dela desabafou na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, no Centro do Rio, nesta quinta, segundo o portal G1.

Na época, a enteada da professora, hoje com 17 anos, tinha apenas 9. “Ela é um monstro. Meu mundo caiu. Ela deve ser banida da sociedade. Não consigo olhar para a cara dela”, desabafou o pai da adolescente, que está se divorciando da mulher.

Ele afirmou que só soube das suspeitas de abusos pela polícia. Além da menina que, segundo policiais, foi vítima de abusos, ele e a professora têm um filho de 7 anos. “Ela sempre destratou ela e os meus outros três filhos do primeiro casamento”, afirmou.