Saúde

Brasil confirma primeiro caso de febre do Nilo Ocidental

Trabalhador rural do Piauí ficou doente em agosto e terá que fazer fisioterapia após paralisação

Por Da Redação
Publicado em 09 de dezembro de 2014 | 21:50
 
 

RIO de Janeiro. O Ministério da Saúde confirmou nesta terça o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental (FNO) em um trabalhador rural do Estado do Piauí. O caso estava em investigação desde agosto deste ano, quando o paciente apresentou encefalite e foi notificado como caso suspeito. A doença foi confirmada após a realização de dois exames sorológicos com reagente para o Vírus do Nilo Ocidental (VNO). Outras quatro pessoas apresentaram sintomas neurológicos considerados suspeitos, mas os exames laboratoriais descartaram a possibilidade da doença. Além dos casos que apresentaram sintomas, foram realizados testes em mais 18 pessoas da região e todos os resultados deram negativo.
 

Segundo o ministério, o caso “se trata de evento isolado, sem identificação de cadeia de transmissão e que passa por investigação detalhada para que se busque esclarecer a maneira de transmissão”. O ministério afirmou, ainda, que a confirmação não representa significado epidemiológico relevante para o Brasil e nem risco para saúde pública do Piauí e do país. O paciente, que estava internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina, já teve alta e vai passar por reabilitação e fisioterapia para recuperar o seu estado de saúde.

Sintomas. A febre do Nilo, originária do Egito, norte da África, é uma infecção viral causada por um vírus e transmitida por meio da picada de mosquitos comuns, principalmente do gênero Culex. Cerca de 80% dos casos em humanos não apresentam sintomas, enquanto outros 20% reagem com sinais semelhantes aos da gripe, como febre, fadiga, dores de cabeça e dores musculares ou articulares. Menos de 1% dos humanos infectados ficam gravemente doentes, sendo que a maioria dos casos graves acomete idosos, como informou o órgão em nota.

Febre alta, rigidez na nuca, desorientação, tremores, fraqueza muscular e paralisia estão entre os sintomas graves. Os pacientes em estágio avançado da doença podem desenvolver encefalite ou meningite. Já que não há tratamento específico para a febre do Nilo, o paciente infectado é hospitalizado, passa por uma reposição intravenosa de fluidos, recebe suporte respiratório e se protege de possíveis infecções secundárias.

Combate. De acordo com o Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Piauí, equipes estão na região onde o caso foi confirmado. O trabalho consiste em visitas às propriedades rurais com o objetivo de investigar a possível ocorrência de novos casos, além de orientar a rede do SUS e avaliar a transmissão por meio da população animal de equídeos e aves.

Para as outras regiões do país, a recomendação é alertar a rede de serviços de saúde para ampliar a vigilância de casos humanos suspeitos da febre, notificando a pasta em até 24 horas. É considerado caso suspeito paciente com quadro de doença febril inespecífica, acompanhada de manifestações neurológicas de causa desconhecida.

Recuperação

Em um caso extremo de paralisia decorrente da febre do Nilo Ocidental, o norte-americano que mora no Estado de Oklahoma Jason Wisdom passou mais de um ano fazendo fisioterapia. Ele contraiu a doença em outubro de 2013, passou seis semanas na Unidade de Tratamento Intensivo e três meses fazendo fisioterapia para recuperar a habilidade de andar.

Estados Unidos

Até o início de dezembro, o governo dos Estados Unidos contabilizou 2.002 casos de febre do Nilo Ocidental no país. Dos casos registrados, cerca de 60% foram graves. No total, 76 pacientes morreram, cerca de 4% dos casos registrados. No país, a doença é mais comum na Califórnia, onde 750 casos foram registrados, de acordo com o Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês).

Como evitar

Febre. Não há vacina ou tratamento específico para a doença. A forma indicada para evitar o contágio é evitar picadas de insetos, com uso de redes e repelente.