Um protesto nas redes sociais atribuindo as mortes por Covid-19 ao Governo Federal ganhou destaque neste domingo (16). Tanto no Twitter, quanto no Instagram, nome de pessoas falecidas em decorrência do coronavírus acompanhavam a hashtag "#euteresponsabilizobolsonaro".
Muitas postagens eram acompanhadas de uma bandeira do Brasil que trazia desenho de caveiras no lugas de estrelas e com as cores preto e branco. A proposta da manifestação virtual, segundo descrito em um dos posts que deu origem ao movimento, pedia que os usuários escrevessem o nome de uma pessoa que perdeu a vida devido ao vírus. "Escreva o nome de uma pessoa que perdeu a vida devido ao plano de disseminação do novo coronavírus do governo federal para produzir a chamada 'imunidade de rebanho', sugeria a publicação.
No Twitter, algumas postagens com o protesto também acompanhavam trecho de uma entrevista dada pelo médico sanitarista Gonzalo Vecina, ex-diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na gravação de parte do programa "Opinião" da TV Cultura, que tinha como tema a CPI da Covid-19, no Senado Federal, o especialista falava da gestão do governo federal diante da pandemia. Ele comentava que a falta de negociação para aquisição dos imunizantes em tempo hábil acabou tendo como consequência o maior número de falecimentos.
Segundo o especialista, toda as mortes pela Covid-19, depois que o país chegou a marca de 400 mil registros, podem ser atribuídas ao governo federal.
"Se nós tivéssemos comprado a vacina, estaríamos neste momento debelando a crise como aconteceu em Israel, como aconteceu na Escócia e está acontecendo nos Estados Unidos. A falta de vacinas é da responsabilidade exclusiva do Ministério da Saúde e do Governo Federal. Está escrito na lei do PNI, de 1975, que é responsabilidade exclusiva do Ministério da Saúde. A responsabilidade é dele, do presidente da república", disse Vecina.
Além da falta de vacinas em tempo hábil, o especialista destacou que a postura de entes do governo federal, sobretudo do presidente Jair Bolsonaro, contribuem para o aumento de mortes e casos da doença. "A responsabilidade é dele, do presidente da República, além dos maus exemplos, de dizer que isolamento e distanciamento social não funcionam, que máscara não funciona. A CPI nem precisava existir, era já partir para a culpa e pronto", enfatizou.
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