RIO DE JANEIRO. Com o objetivo de reduzir o aumento de novos casos de HIV, o governo brasileiro começará a distribuir este mês às populações mais vulneráveis a droga Truvada, capaz de prevenir a infecção pelo vírus. Será o primeiro país da América Latina a adotar regularmente o uso do medicamento.
Parte do Programa de Profilaxia Pré-Exposição (Prep), o fármaco será oferecido gratuitamente em 35 centros de saúde de 11 Estados. São dez mil tratamentos preventivos disponíveis inicialmente.
Neste primeiro momento, a droga será oferecida a grupos considerados mais vulneráveis, como homossexuais, profissionais do sexo, pessoas trans, usuários de drogas e aqueles que se relacionam sexualmente com parceiros soropositivos. Mas nem todas as pessoas desses grupos são candidatas à profilaxia. Por isso, os serviços de saúde farão uma triagem dos candidatos.
Entre 2006 e o ano passado, o total de casos de aids entre homens de 15 a 19 anos praticamente triplicou, chegando a 6,7 casos por 100 mil habitantes, segundo o Programa de Aids da ONU (Unaids). Entre homens de 20 a 24 anos, o número quase dobrou, alcançando 33,9 casos por 100 mil. Os jovens são menos propensos também a usar o preservativo. Entre os soropositivos dessa faixa, está a menor taxa de pessoas em tratamento: 34%, ante 14% na faixa acima dos 60 anos.
“Porcentualmente, o grupo de 15 a 24 anos é o que mais teve novos casos de HIV”, afirmou a diretora do Programa de Aids do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. “Mas não é só isso: os jovens dessa faixa etária são também os que menos se cuidam. Nossa expectativa é ter um impacto significativo entre eles”, completou.
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