crise da água

Falta de água começa a atingir a Unicamp e bairros ricos de Campinas

A reitoria da Universidade de São Paulo informou que o restaurante administrativo foi fechado e que a moradia estudantil, que fica fora do campus, está sem água

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 17 de outubro de 2014 | 17:17
 
 

A crise no abastecimento de água em Campinas (a 93 km de São Paulo), que já dura mais de uma semana e chegou a afetar metade da população no sábado (11), começa a atingir regiões nobres da cidade.

Desde as 9h desta sexta-feira (17), parte da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) está sendo afetada pelo desabastecimento programado pela Sanasa (empresa mista de água e esgoto), que deve atingir 137 mil pessoas em toda a cidade. A área de saúde da universidade, que inclui o Hospital das Clínicas, não foi atingida.

Segundo a prefeitura do principal campus da universidade, 30 institutos, faculdades e órgãos podem ser afetados. A reitoria informou que o restaurante administrativo foi fechado e que a moradia estudantil, que fica fora do campus, está sem água. Os edifícios restantes continuam sendo abastecidos pelos próprios reservatórios.


O desabastecimento atinge também um dos três campi da PUC-Campinas, os hospitais Centro Médico e Boldrini, em Barão Geraldo (distrito de Campinas onde também ficam a Unicamp e a moradia estudantil) e começa a chegar a bairros e condomínios nobres e de classe média alta, como Alphaville, Swiss Park e Mansões Santo Antônio. O shopping Galleria também está desabastecido.

Nível dos rios e qualidade da água

A Sanasa diz que a normalização deve começar às 17h. Apesar de o abastecimento ter melhorado "consideravelmente" nesta sexta (17), segundo a empresa, a captação de água no rio Atibaia (responsável pelo abastecimento de 93% da cidade) ainda está comprometida em 21%. O rio Capivari é responsável pelos outros 7%.

Como os reservatórios da Sanasa são capazes de manter a cidade abastecida por apenas seis horas, um problema na captação de água dos rios é sentido rapidamente pela população. A empresa culpa a baixa vazão dos rios, a má qualidade da água e o aumento de consumo da população, devido ao forte calor, pela crise de abastecimento.

"A demanda da população, devido ao calor, continua alta", informou a companhia, em nota. Enquanto há picos de 4,1 m3/s de consumo, a empresa estava conseguindo tratar apenas 3,1 m3/s (na quinta-feira eram 2,95 m3/s).

Desabastecimento programado

Desde quinta (16) a Sanasa está divulgando antecipadamente quais bairros e regiões da cidade ficarão sem abastecimento. Até então, a população reclamava que não sabia se iria ou não ficar sem água nem conseguia se programar.

Cerca de 180 mil pessoas não receberam água ontem entre 8h e 14h, e outras 261 mil pessoas das 14h às 21h, segundo a empresa. Até então, apenas as regiões mais altas da cidade e os bairros mais afastados estavam sendo prejudicados. No Jardim Santo Antônio, na região sudoeste da cidade, moradores disseram ter ficado até seis dias sem água.

Apesar da medida, a Sanasa continua negando que haja rodízio ou racionamento em Campinas, terceira maior cidade do Estado, com 1,1 milhão de habitantes.