Jornalismo

Fenaj critica Wikipédia por classificar veículos de mídia como 'não confiáveis'

'A enciclopédia digital não tem legitimidade para avaliar, julgar e rotular os conteúdos jornalísticos produzidos por qualquer tipo de mídia', pontua a entidade.

Por O TEMPO
Publicado em 31 de março de 2022 | 12:12
 
 
Divulgação

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) criticou, em nota pública divulgada nessa quarta-feira (30), a Wikipédia por “tachar veículos de comunicação brasileiros como ‘fonte não confiável’”. “A enciclopédia digital não tem legitimidade para avaliar, julgar e rotular os conteúdos jornalísticos produzidos por qualquer tipo de mídia”, pontua a entidade.

“O Jornalismo é uma atividade complexa, que exige, além do conhecimento técnico e teórico, também comprometimento ético. Como atividade desempenhada por jornalistas, empregados de grandes, médias e pequenas empresas, independentes ou ainda reunidos em coletivos, o Jornalismo – como todas as atividades humanas – está sujeito a erros, mas a sua avaliação é complexa e deve se dar a partir de critérios objetivos e transparentes”, acrescenta o texto. 

A Federação apontou ainda que a Wikipédia tem “conteúdos elaborados de forma colaborativa” o que implica em não haver “responsáveis diretos” pelos artigos publicados. 

“No presente, passou a rotular veículos jornalísticos, sem informar quais critérios são utilizados, quais veículos são analisados, quais os períodos de análise, quais as evidências encontradas para o emprego do adjetivo ‘não confiável’, qual porcentagem do conteúdo jornalístico enquadra-se nas evidências encontradas e quem são os responsáveis pela avaliação de cada veículo”, completa o texto.

A Fenaj admite que é importante criticar o jornalismo e veículos de mídia, mas que o processo deve ocorrer de forma “responsável, criteriosa e transparente”. “Simplesmente rotular alguns veículos de mídia como ‘fonte não confiável’ comprova que a Wikipédia continua sendo ela própria uma fonte não confiável, requerendo de seus usuários a confirmação das informações em fontes seguras”, conclui a nota.