NO RIO

Greve prejudica 2 milhões de pessoas e deixa 74 ônibus depredados

De acordo com informação das companhias de ônibus, todas as ações de depredação foram promovidas pelos profissionais que aderiram à paralisação

Ter, 13/05/14 - 14h16

A paralisação dos rodoviários já provocou a depredação de 74 ônibus, nesta terça (13), no Rio. Essa é a estimativa divulgada pelos proprietários dos veículos danificados: o Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas do setor.

De acordo com informação das companhias de ônibus, todas as ações de depredação foram promovidas pelos profissionais que aderiram à paralisação.

Às 12h30, a Secretaria Municipal de Transportes informou que 18% dos ônibus da frota atual estão em circulação. A prefeitura estima que 2 milhões de passageiros foram prejudicados pela paralisação dos rodoviários.

A Polícia Militar confirmou que sete pessoas foram detidas em ações de depredação.
No início da manhã, a secretaria calculou que o número de ônibus em circulação equivalia a 10% da frota.

Dois rodoviários foram detidos e levados para a 22ª DP no bairro da Penha, zona norte carioca. Eles tentaram parar um ônibus na avenida Brasil e expulsar os passageiros do veículo.
Motoristas e cobradores -dissidentes do sindicato da categoria da cidade&- iniciaram uma paralisação de 48 horas a partir das 0h de hoje.

A reportagem circulou com duas equipes por locais importantes da cidade e verificou garagens cheias, poucos ônibus na rua (apenas linhas intermunicipais rodando) e pontos de ônibus lotados, assim como estações de metrô e trem.

Devido ao aumento da quantidade de carros de passeio nas ruas, o trânsito na cidade é intenso, principalmente na avenida Brasil, na pista em direção ao Centro.

A secretaria liberou as faixas exclusivas para ônibus, chamadas BRS (Bus Rapid System), para a circulação de carros na cidade.

Em outra paralisação organizada na semana passada, a mobilização dos rodoviários resultou piquetes violentos e em depredações de mais de 400 ônibus.

Na zona oeste da cidade, o BRT Transoeste, ônibus articulado que liga Campo Grande à Barra, opera, segundo a secretaria, com apenas 25% da capacidade. Vans saem lotadas da região.

PIQUETES

A reportagem esteve ainda em quatro garagens de empresas no centro e na zona norte -São Silvestre, Real, Nossa Senhora de Lourdes e City Rio. Todas lotadas de ônibus.

Na Real, uma das maiores empresas do setor na cidade, um grupo de 20 rodoviários estava posicionado na porta da garagem. Localizada às margens da avenida Brasil, o local foi palco de conflitos na semana passada. Na ocasião, rodoviários fecharam umas das faixas sentido centro, dando um nó no trânsito.

Nesta manhã, de acordo com os próprios trabalhadores, mais motoristas e cobradores aderiram à greve, o que reduziu a necessidade de piquetes na porta das garagens.

O clima no local era de tranquilidade, ainda que seis viaturas policiais, duas das quais dos Batalhão de Choque, estavam de prontidão.

Na garagem da São Silvestre, que fica atrás da Central do Brasil, apenas cinco rodoviários estavam posicionados. Nas garagens restantes, não havia funcionários na porta.

Houve relatos de conflitos na garagem da empresa Alpha, no Engenho Novo, zona norte, por volta de 4h.
De acordo com rodoviários, pelo menos 30 ônibus deixaram a garagem durante a madrugada. Grevistas teriam sentado no meio da rua para impedir que os carros saíssem. A Polícia Militar, segundo relato dos rodoviários, usou spray de pimenta para dispersar os grevistas. Não há informações de feridos.

Uma decisão proferida pelo plantão judiciário do Tribunal de Justiça determinou que quatro líderes do movimento dissidente do sindicato dos rodoviários não poderão promover e incitar a greve, bem como ficar próximo às garagens das empresas filiado à Rio Ônibus, o sindicato patronal do transporte coletivo da cidade.

A decisão, portanto, não declara a chamada ilegalidade ou abusividade da greve. Cabe à Justiça do Trabalho fazê-lo ou não. A Justiça comum, no entanto, estipulou aos líderes da greve multa de R$ 10 mil para que, descumprir a decisão.

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Folhapress