Retrocesso

Itália e França registram maior número de novas infecções por Covid desde maio

França registrou 4.771 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, e Itália, 845

Por AFP
Publicado em 20 de agosto de 2020 | 18:05
 
 
Campanha de prevenção ao contágio do coronavírus na Itália Carlo Hermann / AFP - 22/3/2020

A França registrou 4.771 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, ou seja, mil a mais do que na quarta-feira, o que representa um avanço inédito desde maio, segundo os números publicados nesta quinta-feira (20) pela Direção Geral de Saúde.

Esta é a primeira vez desde maio que o país ultrapassa os 4.000 casos diários.

Apesar disso, o número de pessoas hospitalizadas diminuiu para 149, sendo 162 na quarta-feira. Atualmente há 4.748 pacientes de Cpvod-19 nos hospitais. O número de pacientes em terapia intensiva (UTI) aumentou levemente, de 378 para 380.

A França registou 30.480 mortes desde o início da epidemia, 12 desde a quarta-feira.

ITÁLIA

A Itália registrou 845 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas, o maior número desde 23 de maio, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira(20) pelo Ministério da Saúde. 
 
A península registrou 642 infecções na terça-feira, o que confirma uma tendência de alta.  “Não estamos em uma posição tão ruim quanto a França ou a Espanha, mas a situação não é satisfatória”, alertou o professor Massimo Galli, diretor do departamento de doenças infecciosas do prestigioso hospital Sacco de Milão. 
 
Para o especialista, o aumento dos casos se deve em parte ao fato de "o fim do confinamento ter dado origem a uma excessiva sensação de falsa segurança", bem como às viagens de turismo por conta do verão, razão pela qual ele alertou "seja cuidadoso".  Na região de Veneto, os casos diários de contágio triplicaram (+159), seguido pelo norte da Lombardia (+154) e Lazio (onde Roma está localizada, +115). 
 
De acordo com o último balanço divulgado pelo ministério, 256.118 casos de coronavírus e 35.418 mortes foram registrados desde o início da pandemia. O número de exames realizados aumentou, assim como o número de pacientes internados, que passou para 883 com a adição de mais 17. 
 
Ao contrário da primeira onda de março, que afetou as regiões do Norte, obrigando o governo a ordenar o bloqueio de todo o país por mais de dois meses, desta vez os infectados se espalham por todo o território nacional, o que é particularmente preocupante.
 
O governo italiano tomou uma série de medidas para controlar os surtos, como realizar exames nas pessoas que voltam de países considerados de risco, entre eles Espanha, Grécia e Malta. Em vários dos principais aeroportos já se faz exames nos passageiros procedentes destes países.
 
O último informe publicado pelo Instituto Superior de Saúde (ISS), organismo de saúde pública subordinado ao governo, confirmou uma "forte queda da idade média entre os contagiados" após a retomada das atividades comerciais e maior mobilidade.
 
"A maioria dos contágios se registraram no território nacional e só 28,3% dos novos casos foram diagnosticados em pessoas que chegavam do exterior", diz o boletim semanal relativo aos dias 10 a 16 de agosto.
 
Segundo as cifras, seis pessoas morreram nas últimas 24 horas, um número relativamente baixo, enquanto a idade média dos contágios é de 30 anos. O vírus afeta "com menor gravidade e na maioria, os contagiados são assintomáticos", diz o informe da ISS.
 
De qualquer forma, o temor de uma segunda onda está crescendo na Europa, razão pela qual a Itália decidiu pelo fechamento das boates e impôs o uso de máscaras à noite em qualquer lugar público.