OPERAÇÃO INVERSÃO

Justiça manda soltar delegados da PF suspeitos de receber propina

Estão soltos desde a noite desta quarta (20) os três delegados da Polícia Federal acusados de participar de um esquema de pagamento de propina envolvendo fraudes contra a Previdência Social, em São Paulo

Por FOLHAPRESS
Publicado em 21 de julho de 2016 | 15:47
 
 

Estão soltos desde a noite desta quarta (20) os três delegados da Polícia Federal acusados de participar de um esquema de pagamento de propina envolvendo fraudes contra a Previdência Social, em São Paulo. Eles Foram presos no último dia 14. As informações são da Agência Brasil.

Em despacho desta quarta (20), a juíza Ana Clara de Paula Oliveira Passos, da Justiça Federal considerou desnecessárias as prisões. Segundo o advogado Olímpio José Ferreira Rodrigues, que entrou com recurso para defender um dos acusados, Ulisses Vieira Mendes, a juíza entendeu que seu cliente não oferecia nenhuma ameaça de obstrução ao inquérito instaurado para apurar a denúncia de cobrança de propina de fraudadores da Previdência Social e nenhum risco à sociedade.

"Os requisitos para a prisão preventiva não foram preenchidos, e a juíza entendeu nossa argumentação de que não há como interferir sobre a investigação criminal ou sobre testemunhas", disse ele.

Ulisses Francisco Vieira Mendes está aposentado há dois meses e ocupava a chefia da Deleprev (Delegacia de Crimes Previdenciários), da Superintendência da Polícia Federal, unidade que está na mira das investigações. Ele e os demais foram detidos na Operação Inversão da Polícia Federal, que tinha como alvo a prisão de 13 suspeitos, além do cumprimento de 23 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva.

O caso em andamento começou a ser investigado em agosto do ano passado, após a PF ter sido informada do pagamento de propinas a alguns delegados lotados na Deleprev. De acordo com denúncias, os policiais se comprometiam a interromper as investigações sobre fraudes em várias agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) mediante o pagamento de valores que atingiam a R$ 50 mil por dia.