Saúde

Ministro diz que 24 cubanos já deixaram o Mais Médicos

Arthur Chioro considera insignificante o número de deserções

Ter, 11/02/14 - 21h10

Brasília. O ministro da Saúde, Arthur Chioro, disse que 24 cubanos já deixaram o programa Mais Médicos e que outros três não apareceram para trabalhar e ainda não foram localizados pelo governo. Em entrevista, o ministro considerou que o número é “insignificante” frente ao universo de 9.549 médicos participantes do programa no país, dos quais cerca de 7.400 vêm de Cuba.

Dos 24 cubanos que deixaram o programa, 22 já haviam sido desligados até a semana passada por motivos pessoais ou de saúde e, segundo Chioro, já retornaram para Cuba. Dois médicos, que já eram conhecidos, ainda não oficializaram a saída – Ramona Matos Rodriguez, que trabalhava em Pacajá (PA) e foi para Brasília; e Ortelio Jaime Guerra, que atendia em Pariquera Açu (SP) e viajou para os Estados Unidos. Os três que estão “sumidos” trabalhavam em Rio do Antônio (BA), Belém de São Francisco (PE) e Timbira (MA).

“Para nós, o importante e o que preocupa é imediatamente repor cada profissional e garantir a cada brasileiro e brasileira o direito de ter uma equipe completa de médicos”, disse o ministro. “As desistências e abandonos acontecem e entre nós, o número é insignificante. É uma coisa em torno de 1% do volume que temos”, completou.

Segundo o Ministério da Saúde, há ainda 81 brasileiros, um espanhol, um colombiano, um ucraniano e um argentino que não apareceram para trabalhar no local para onde foram enviados. Os nomes deles serão publicados hoje no “Diário Oficial da União” para se apresentarem e justificarem as faltas. Se não se manifestarem em até 48 horas, serão desligados do programa.

“Num universo de 6.600, temos um número muito pequeno, se acontecerem novos abandonos, não haverá nenhum problema. Vamos notificar os médicos via e-mail, vamos fazer se necessário o telegrama, a publicação no ‘Diário Oficial’ e daremos o prazo necessário para o profissional apresentar a justificativa”, afirmou.

Apoio. O primeiro caso de desistência que veio a público foi o de Ramona Rodriguez. Ela disse que tomou a decisão depois de descobrir que outros médicos estrangeiros contratados para trabalhar no Brasil ganhavam R$ 10 mil por mês, enquanto os cubanos recebem, segundo ela, US$ 400 (cerca de R$ 965). Nesta terça, ela foi admitida para trabalhar na Associação Médica Brasileira (AMB), em Brasília, para funções administrativas, pelo salário de R$ 3.000, mais benefícios.

O programa

- Nesta quinta, será publicado no “Diário Oficial da União” regras de como os municípios deverão proceder quando médicos enviados pelo governo deixarem de comparecer ao trabalho. Em caso de desligamento, eles serão substituídos por outros participantes.

- Nessa terça, o Ministério da Saúde anunciou a chegada de mais 2.891 profissionais, além dos 6.658 que já estão atuando 2.166 cidades e 28 distritos indígenas no país. A meta é ter 13 mil médicos no programa até o fim de março.

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