Cenário caótico

Novo ministro da Educação "não precisa inventar projetos", diz especialista

Para o professor de sociologia da educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), João Valdir Alves de Souza, é preciso focar no Plano Nacional de Educação

Seg, 08/04/19 - 15h35

O novo ministro da Educação, o professor e economista Abraham Weintraub, escolhido hoje pelo presidente Jair Bolsonaro, após demissão do então ministro Ricardo Vélez Rodríguez, irá encontrar um cenário caótico.

Na análise do professor de sociologia da educação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), João Valdir Alves de Souza, "o nosso brutal estado de desigualdade social e econômica faz com que qualquer projeto na área da educação exija do Estado uma ação coerente, forte, incisiva, bem organizada, bem orquestrada".

No entanto, ele não vê perspectivas de melhoras, por enquanto. "O que nós temos tanto no ministério anterior,e isso não vai mudar em nada em relação ao novo ministro indicado, é que o que orienta a preocupação é o que há de mais superficial, o que há de mais supérfluo no debate, que é uma enorme preocupação com uma suposta ideologia de esquerda presente na educação brasileira e na universidade brasileira. Enquanto continuarem com essa estupidez de se preocupar com o suposto marxismo cultural que domina nossa educação, em nada irá mudar esse quadro, em nada irá mudar esse cenário", afirma.

O professor acredita que não é preciso inventar novos projetos, mas buscar um foco que, segundo Souza deve ser o Plano Nacional de Educação, que já possui metas claras traçadas. "Somente um governo que consiga orquestrar bem aquilo que é da responsabilidade da União, dos Estados, e dos municípios, e trazendo isso para a esfera de um plano de ação bem organizado, buscar foco na ação e ter claramente projetos para educação, é que vamos ter as condições mínimas de começar a reverter esse quadro histórico que faz da nossa educação escolar uma das de piores resultados", comenta.

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