Operação Caixa Forte

PF e PC cumprem 623 mandados contra integrantes do PCC no Brasil

Minas Gerais está entre os 19 Estados onde estão sendo cumpridos 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão

Por Natália Oliveira
Publicado em 31 de agosto de 2020 | 07:44
 
 
Polícia na casa de um dos alvos em Belo Horizonte Polícia Civil / Divulgação

As polícias Federal e Civil deflagraram, na manhã desta segunda-feira (31), uma operação que investiga o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro praticados pelo grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a PF, esta é a maior operação da história contra a facção criminosa. Foram bloqueados  R$ 252 milhões em contas ligadas ao PCC. 

Minas Gerais está entre os 19 Estados onde estão sendo cumpridos 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão.  Serão cumpridas ainda 876 ordens judiciais, simultaneamente, em mais de 90 cidades brasileiras, na fase 2 da operação Caixa Forte.

Em Minas, o trabalho é realizado em conjunto com a Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) e Departamento Penitenciário Federal (Depen Federal). Uma coletiva de imprensa, às 10h, vai trazer mais atualizações do caso.  

Investigações

Os presos são investigados por participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. As penas combinadas podem chegar a 28 anos de prisão. Por meio da assessoria de imprensa, o delegado da Polícia Civil Murillo Ribeiro explicou que os dados da operação Caixa Forte Fase 1 mostraram que o dinheiro recebido com o comércio ilícito de drogas era distribuído para inúmeras outras contas bancárias da facção.

“A fase 1 identificou os responsáveis pelo ‘Setor do Progresso’ do PCC, com atuação no tráfico de drogas e consequente lavagem de dinheiro. O dinheiro obtido era enviado, inclusive, para as contas do ‘Setor da Ajuda’, responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios”, explicou, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil. 

Foram identificados 210 integrantes do alto escalão do PCC recolhidos em presídios federais. “Eles recebiam valores mensais da facção por terem ocupado cargos de destaque na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes, como, por exemplo, assassinatos de servidores públicos”, detalhou o delegado, também via assessoria. 

O objetivo da operação é desarticular a organização criminosa por meio da descapitalização. “Com o objetivo de garantir o recebimento do ‘auxílio’ do PCC, os criminosos indicavam contas de pessoas que não pertencem à facção para que os valores, resultantes das atividades ilícitas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de Justiça criminal”, afirmou o delegado da Polícia Federal Alesxander Oliveira, também por meio da assessoria de imprensa.