perto do aeroporto de guarulhos

PM e moradores entram em confronto em reintegração em São Paulo

Na área ocupada, o grupo fez barricadas para tentar impedir a entrada da PM; policiais revidaram com bombas de efeito moral

Por Folhapress
Publicado em 10 de fevereiro de 2015 | 09:44
 
 

Policiais militares iniciaram por volta das 6h40 desta terça-feira (10) a reintegração de posse de um terreno ocupado por um grupo sem-teto na estrada Elenco, em Guarulhos (Grande São Paulo). Moradores que são contra a reintegração chegaram a resistir e entraram em confronto com a PM.

A área, de aproximadamente 250 mil metros quadrados, fica próxima ao aeroporto de Cumbica. Por volta das 4h, um grupo de cerca de 200 sem-teto realizou um protesto na asa B do terminal 1. Eles pediam um prazo de um mês para tentar negociar a compra do terreno.

"Família unida jamais será vencida", gritava o grupo enquanto parava em frente ao check-in de uma companhia aérea. Alguns seguravam cartazes com a frase "A constituição nos garante direito a moradia". O grupo deixou o aeroporto e em seguida começou o confronto no terreno.

Na área ocupada, o grupo fez barricadas para tentar impedir a entrada da PM. Os policiais revidaram com bombas de efeito moral. Pelo menos um policial e uma adolescente ficaram feridos. Não há informações ainda sobre presos.

De acordo com informações da Secretaria de Estado da Segurança Pública, a reintegração foi pedida pelo dono da área, que é particular.

Segundo a secretaria, o terreno foi invadido em abril do ano passado e os moradores instalaram barracos de madeira no local. "Segundo o processo, a área é de preservação permanente e sofreu degradação ambiental por conta da construção de barracos de madeira e parcelamento do solo.", diz nota enviada pela secretaria.

Apesar dos moradores dizerem que foram pegos de surpresa, a secretaria diz que fez reuniões com representantes dos moradores para que a saída ocorresse de forma pacífica.

Segundo Rocha, 3.000 famílias de sete nacionalidades moram há um ano e oito meses em casas de madeiras construídas no terreno. São brasileiros e pessoas vindas da Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina.

A boliviana Diana Vasquez, 30, é uma das moradoras da ocupação. Desempregada e com dois filhos -de 8 e 4 anos- para criar sozinha, ela diz que ocupar o terreno foi a única alternativa que teve para não morar na rua.

"Sofri um acidente de carro, não tinha trabalho nem como pagar aluguel. Construí uma casa de madeira com um cômodo onde vivo com meus filhos", disse.

Segundo Rocha, o terreno pertence a um empresário que aceitou vender em uma primeira oferta por R$ 70 milhões. Após negociações, baixou para R$ 35 milhões, mas o grupo oferece R$ 6 milhões."Temos que negociar dentro do que as famílias podem pagar", explica